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Banho de loja encareceu projeto de Itaquera em R$ 90 milhões

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06/09/2010 15h27

O projeto original do estádio corintiano era pelo menos R$ 90 milhões mais barato do que o apresentado em conjunto com a Odebrecht. O aumento se deve a uma espécie de "operação belezura", idealizada quando a construtura topou entrar no negócio.

"Aumentamos a cobertura, pusemos escada rolante, uma fachada mais supimpa", explicou ao blog Luís Paulo Rosenberg, vice de marketing do Corinthians. O plano inicial do clube era gastar R$ 240 milhões para ter a sua casa própria com capacidade para 48 mil pessoas. Depois do banho de loja, o custo ficará entre R$ 330 milhões e R$ 350 milhões, com a mesma capacidade.

A versão básica do estádio foi apresentada à Odebrecht quando a construtora se recusou a topar a empreitada. Segundo a diretoria corintiana, a negativa foi porque a empresa torceu o nariz para as condições do clube: um preço fixo para obra, se responsabilizando pelo financiamento no BNDES e deixando o clube administrar a verba.

"Depois, quando começaram a falar no nosso estádio para a Copa, eles voltaram e aceitaram as nossas condições", afirmou Rosenberg. Foi nesse momento que o projeto passou pelo processo de embelezamento. Mesmo mais cara, a arena de Itaquera é a mais barata de todas apresentadas para a Copa de 2014. A versão básica aumentaria a diferença de preço entre os outros projetos que serão tocados pela Odebrecht para o Mundial, todos mais caros.

Lucro

O Corinthians negocia os últimos detalhes com a Odebrecht, que vai receber uma remuneração fixa além do valor gasto com a obra. Esse montante deve ficar em torno de R$ 30 milhões por todo o serviço prestado pela construtora. Os corintianos já calculam essa verba no valor total do estádio.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.