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Ex-advogado do Santos cobra R$ 900 mil do clube por fraude em sua contratação

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13/03/2011 15h00

A história é curiosa. Mário Mello, ex-diretor jurídico do Santos, entrou com uma ação na Justiça contra o clube. Ele pede cerca de R$ 900 mil.

No processo, o advogado alega que trabalhou como diretor jurídico não remunerado entre 2002 e 2004. Acusa o clube de, após 2004, ter fraudado a legislação trabalhista contratando o seu escritório, em vez de contratá-lo sob as normas da CLT. O segundo procedimento seria o correto, pois ele passou a ser funcionário, ocupando o cargo de gerente jurídico na administração Marcelo Teixeira. 

A diretoria atual alega que como diretor Mello orientou mal o clube ao concordar com a contratação de seu escritório, considerada por ele mesmo  fraudelenta. E que falhou de novo como gerente jurídico ao permitir a assinatura do contrato. Ou seja, cobra o Santos por uma falha que ele mesmo teria admitido.

"Na ocasião, eu orientei o clube. Disse que o correto era fazer a minha contratação de acordo com a CLT. Mas a diretoria alegou que o Santos não tinha dinheiro. Fiz a minha parte, orientei corretamente. Só que eu não iria abrir mão de um bom salário", declarou Mello ao blog.

Ele afirmou que durante o período em que trabalhou para o alvinegro concordou com uma redução salarial. "Hoje, o Santos gasta muito mais com o departamento jurídico do que gastava comigo. O balanço mostra que o gasto anual, com três advogados, é superior a R$ 1 milhão", disse. 

Mello também está envolvido em uma briga política com a diretoria. Promete entrar com uma ação para anular a assembleia em que foram votadas mudanças no estatuto do Santos, no sábado.

Ele alega que o voto deveria ser secreto, mas foi aberto. A diretoria responde que seguiu o estatuto do clube redigido na época em que Mello era diretor jurídico.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.