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'Só não serei candidato se Andrés ficar', diz diretor corintiano

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25/05/2011 10h09

Até agora André Luiz de Oliveira, diretor administrativo do Corinthians, evitava falar sobre se candidatar à presidência do clube. Mas, depois de lançar a campanha "Fica Andrés", ele afirmou ao blog que irá disputar o pleito de dezembro. Isso se seu movimento a favor do presidente não vingar.

 "Só abro mão para o Andrés. Se ele não continuar, vamos todos nos enfrentar nas urnas. E vou atropelar todo mundo. O único jeito de eu ficar quieto é o Andrés permanecer", disse André.  A afirmação tem o mesmo efeito de apagar incêndio com gasolina.

Se confirmada, a candidatura do diretor vai esmigalhar de vez o grupo situacionista. Mário Gobbi, ex-comandante do futebol corintiano. não se bica com André. E também não admite desistir de sua candidatura.

A temperatura da disputa aumenta mais ainda porque uma ala da diretoria é radicalmente contra uma mudança no estatuto para permitir a reeleição de Andrés. Esse grupo vai pressionar o presidente para manter a palavra dada. No último domingo, o cartola repetiu que não tentará continuar no poder.

Uma disputa entre André e Gobbi tem potencial para jogar muita coisa nos ventiladores do Parque São Jorge. Os dois grupos conhecem bem os pontos fracos do adversário. Uma delícia para a oposição.

Antes dessa briga ser deflagrada, André começa a fazer seu movimento pela permanência do presidente decolar. Assim que as obras do estádio começarem, vai alugar um ônibus para sócios visitarem o local. Falará da importância de Andrés para o Corinthians ter a sua arena. Em seguida, pedirá para assinarem um manifesto a favor de mais uma mandato para o polêmico dirigente.

Se o abaixo-assinado crescer, o caso será levado ao Conselho Deliberativo. Lá será sugerida uma votação para os sócios decidirem se colocam no estatuto a permissão para uma reeleição. O mandato único foi uma das principais bandeiras do grupo de Andrés.

André argumenta que seria uma injustiça outro presidente cortar a fita inaugural do estádio. Menos justo, porém, seria fazer o Corinthians voltar a convier com atitudes casuísticas de quem sente-se casado com o poder.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.