Palmeiras faz três sindicâncias por suspeita de sumiço de R$ 290 mil
Três pedidos de abertura de sindicância serão feitos no Palmeiras por conta de R$ 290 mil que teriam entrado nos cofres do clube, mas não aparecem na contabilidade, conforme revelou o blog em 21 de junho.
As sindicâncias têm como objetivo esclarecer o episódio, assegurar um eventual ressarcimento ao clube e até punir dois conselheiros e um sócio. A pena máxima é de expulsão.
No Conselho Deliberativo, serão pedidas as instalações de sindicância envolvendo os conselheiros Fancisco Buzico (ex-diretor financeiro) e Antônio Carlos Corcione (ex-assessor da presidência). O processo na diretoria envolve Pedro Jorge Renzo de Carvalho, ex-conselheiro e que ainda atua como advogado palmeirense.
Em 2010, autorizado pelo clube, Renzo resgatou cerca de R$ 1,1 milhão de uma conta destinada a valores referentes a tributos discutidos na Justiça, de acordo com documentos revelados pelo blog. Só que a contabilidade palmeirense registra a entrada de cerca de R$ 888,1 mil.
Em junho, Renzo afirmou ao blog ter repassado todo o dinheiro ao clube. Disse se tratar de um problema da contabilidade palmeirense.
No processo inicial de apuração feito com a participação do presidente Arnaldo Tirone, Corcione, advogado de Renzo e ex-sócio dele, alegou que aproximadamente R$ 260 mil entraram no clube em dinheiro e apresentou recibo assinado por Buzico. Relatou ainda que a quantia foi usada para cobrir um furo no caixa que vinha desde 2007.
"Não sumiu dinheiro. Faltou registrar R$ 30 mil pagos a um advogado, mas temos recibo. O clue precisava de uma quantia em dinheiro. Entregamos, temos recibo. Se não foi contabilizado não é culpa nossa. Não vou falar para o que era, pois é um assunto interno. Quero preservar a instituição", disse Corcione ao blog.
Sobre o tal furo no caixa, ele afirmou: "Contabilidade de clube é complicada de ser feita. Existem coisas como bicho molhado, que é pagar a premiação no vestiário… Não havia um rombo, havia um furo de caixa, coisa que todo o clube tem por causa de dificuldades contábeis". Renzo e Buzico não atenderam aos meus telefonemas.
A reunião em que os esclarecimentos foram apresentados remexeu no passado palmeirense. Corcione foi acusado de fazer ameaças a dirigentes e conselheiros ao dizer que desde 2003 segura um processo no Ministério Público envolvendo o Palmeiras. É um antigo caso de suspeita de pagamentos feitos mediante a apresentação de notas frias.
"Não ameacei ninguém. Só disse que não entendo o tratamento que estão nos dando agora depois de tantos serviços prestados. Há oito anos estou segurando o rojão deste processo. É denúncia atrás de denúncia, e estamos indo lá, com galhardia, e defendendo o clube. O Buzico já colocou dinheiro do bolso no Palmeiras. E agora estamos sendo tratados assim", disse Corcione.
Membros da diretoria pedirão esclarecimentos sobre esse antigo processo ao Ministério Público. Falam em passar a história recente do alviverde a limpo, doa a quem doer.
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