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Corinthians manda de volta para casa juniores com brinco e boné

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20/09/2011 07h00

Uma medida adotada pela diretoria de futebol amador gera polêmica nas categorias de base do Corinthians. Os jogadores não podem se apresentar para treinar usando boné, brincos ou chinelos. Quem desrespeita a regra é impedido de participar do treinamento.

Na semana passada, quatro jovens do Corinthians B, mantido em parceria com o Flamengo de Guarulhos, foram mandados de volta para casa antes mesmo que o treinador fosse consultado sobre o caso. Foram punidos por usarem bonés e brincos.

"É norma e quem não cumprir vai voltar para casa mesmo. Essa medida foi adotada há oito meses e nunca ninguém a descumpriu. Agora, no meio da confusão, quatro aparecem assim no mesmo dia. Foi muito estranho", afirmou Ferando Alba, diretor de futebol amador. Ele desconfia que os atletas foram influenciados por alguém para agir assim e tumultuar ainda mais a equipe, última colocada de seu grupo na Copa Paulista.

Questionado pelo blog sobre como usar boné e brincos pode atrapalhar os jovens, Alba respondeu: "Base é mais do que botar para jogar, temos que  formar o atleta e ele precisa aprender a valorizar o lugar em que está. Não acho legal ir treinar de boné. É fácil o jogador se perder".

Mas como boné e brinco podem fazer o atleta se perder? "Estudei em colégio de padres, as regras eram rígidas, era obrigatório o uso de uniforme. Acho que precisamos ser rígidos também para formar os jogadores. Não acho legal vir treinar com camisa aberta no peito, correntão, chinelo… Para perder os valores, hoje em dia, não demora muito", respondeu o dirigente.

O curioso é que, dessa forma, o Corinthians impede os novatos de se vestirem como muitos dos que estão no time principal e servem de exemplo para eles, assim como astros até da seleção brasileira. Nesta segunda, por exemplo, Neymar deu entrevista no CT do Santos com camisa de treino, boné, brinco e chinelo.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.