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Oposição corintiana relata pagamento de comissão milionária a agente e chama Mário Gobbi de "bundão"

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20/01/2012 06h00

O blog assistu a uma reunião da oposição do Corinthians nesta quinta num hotel no centro de São Paulo. Segundo os organizadores, 519 pessoas participaram do encontro.  O número foi motivo de comemoração. "Eles disseram que perderíamos de zero, estamos trabalhando para perder de uns quatro ou cinco", disse Fran Papaiordanou, que articulou a união da oposição numa só chapa. A eleição acontecerá em fevereiro.

Os ex-jogadores Rincón e Dinei foram os garotos-propaganda do candidato Paulo Garcia. Vários dos presentes fizeram discursos. A seguir, trechos dos que chamaram mais atenção.

Rubens Gomes, membro do Conselho de Orientação

"Na semana passada encontrei por acaso uma pessoa da Turbo, empresa que trabalha com compra e venda de jogadores. Ela me contou que quando o André Santos foi vendido pelo Corinthians teve uma reunião com o Andrés Sanchez para receber sua parte. A empresa tinha 50% dos direitos. Mas o Andrés disse que pagaria US$ 800 mil. Quando essa pessoa reclamou que estava recebendo menos do que deveria, o Andrés disse: 'Temos um problema, você precisa assinar esse contrato para pagarmos uma comissão de US$ 1,2 milhão'. Essa comissão era para o empresário Carlos Leite, que recebeu mais do que o investidor" (procurado pelo blog, Leite disse que não comenta assuntos políticos do clube. Andrés não atende ao blog).

Myrian Athie, ex-vereadora e conselheira do Corinthians

"Um vice-presidente (Mário Gobbi, candidato da situação) que perde um campeonato (Libertadores) e vai embora para casa não pode presidir o Corinthians. Quem faz isso, desculpem-me pela palavra, é um bundão e tem que ficar em casa".

 José Carlos Blat, promotor que participou da investigação do caso MSI

(Ao ser questionado se o Ministério Público tem algo a dizer sobre a recente visita de Kia Joorabchian (ex-MSI), ao Brasil) "Sou  promotor há 20 anos. Posso dizer que o Corinthians não é lugar de lavagem de dinheiro. Fiquei numa saia justa ao me perguntarem dessa pessoa, mas eu não falo o nome dela (KIA). Só falo o nome de réu no processo criminal. Essas pessoas transformaram o Corinthians em uma filial do crime internacional. Perpetuação no poder e falta de transparência podem fazer o crime internacional voltar ao clube. Nunca mais podemos deixar isso acontecer".

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.