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Receio de vingança de Teixeira e retaliação da Globo afastam clubes de crise na CBF

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24/02/2012 17h15

Com Gustavo Franceschini

Presidentes dos principais clubes brasileiros não querem ouvir falar sobre a crise envolvendo a possível saída de Ricardo Teixeira da CBF. O blog apurou que a maioria dos cartolas teme a fama de vingativo do presidente da confederação. E tem receio de entrar em atrito com a Globo no caso de escolherem o lado errado na briga.

A maioria dos dirigentes não conta com informações seguras sobre se Teixeira vai de fato se afastar provisoriamente ou definitivamente do cargo. E há dúvidas sobre se José Maria Marin é mesmo o seu sucessor favorito (por ser o vice mais velho, o paulista é o substituto natural). Sem saber onde estão pisando, os cartolas preferem ficar longe do campo minado, que tem federações rebeladas de um lado e a Federação Paulista e Teixeira do outro. Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Bahia são alguns dos rebeldes.

Um dos receios é contrariar Teixeira e sofrer com a escalação de árbitros indesejados no Brasileirão e até na Libertadores. Em relação à TV Globo, a principal preocupação é o fato de já estar difícil conseguir antecipar cotas dos direitos de transmissão do Nacional. Se ela ficar insatisfeita, a situação pode até piorar.

"Ninguém de federação e CBF me procurou para falar sobre o assunto. E eu não vou me envolver. Não sou político e estou muito ocupado cuidando das coisas do Santos", disse ao blog Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, presidente santista.

 Juvenal Juvêncio, desafeto da CBF e da FPF, teria motivos de sobra para meter a colher. Porém, ele disse ao blog que não irá tomar partido. Alexandre Kalil, do Atlético-MG, também afirmou que não quer saber do assunto. O blog apurou que Arnaldo Tirone, do Palmeiras, é mais um da turma que quer passar longe da briga.

Mário Gobbi, novo presidente corintiano, não deve se envolver. Mas, o alvinegro tem Andrés Sanchez, diretor de seleções da CBF, na trincheira, ao lado de Teixeira.

O sentimento geral da cartolagem dos clubes é o de que o envolvimento nessa briga pode trazer muitos prejuízos e poucos ganhos.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.