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Corinthians se cansa de jogar com "dez" por causa de derrota de Adriano para balança

Perrone

10/03/2012 06h00

Adriano não consegue se livrar do efeito sanfona. Perde peso numa semana, na outra ganha ou não mexe no ponteiro. Os últimos dias foram da série de não atingir os números determinados pela comissão técnica. E Tite deixou bem claro na sexta que perdeu a paciência.

Para piorar, as dores que o atacante sofre no tendão operado limitam seus movimentos. Assim, quando entra em campo, além de estar acima do peso, muitas vezes ele tem dificuldades para dominar a bola.

A situação incomoda a comissão técnica, independentemente de qualquer rebeldia no vestiário (segundo o comentarista Osmar de Oliveira, da Band, ele se recusou a subir na balança na sexta, conforme registrou o Blog do Quesada). A irritação já existia havia algum tempo porque escalá-lo meia-boca significa desgastar mais o restante do time, que precisa correr pelo Imperador.

O esforço compensaria, se fosse para ter um matador, um jogador diferenciado. Mas limitado pelo excesso de peso e pelas dores, Adriano deixa de ser letal, não compensando o suor de seus colegas.

A decepção da comissão técnica é maior ainda porque ao olhar para os lados os corintianos enxergam quase todos os rivais com ao menos um atleta que desequilibra. O Imperador seria "o cara" do Parque São Jorge. Mas não é. Na avaliação de seus chefes, isso acontece principalmente por ele não se esforçar para perder peso constantemente até atingir a forma ideal.

No clube, ninguém dúvida das dores que o atacante afirma sentir. Os movimentos limitados comprovam o desconforto. O problema é que o estafe de Tite não sabe até que ponto a perda de peso poderia ajudar Adriano a acabar com o problema.

Nesse cenário, a partir de agora, será cada vez mais difícil o Imperador virar titular. E mais fácil arrumar as malas para tentar a sorte de novo no Flamengo. Aliás, esta semana foi estressante para representantes do jogador, que esperavam uma definição do Corinthians em relação ao futuro do atacante. A resposta parece ter vindo na última entrevista coletiva de Tite, que não escondeu sua "irritabilidade".

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.