Conselheiros pressionam Palmeiras a ajudar Mancha, e MP pede rompimento com torcida
A diretoria do Palmeiras está acuada. Recebeu recados do Ministério Público e da Federação Paulista de Futebol para evitar vínculos com a Mancha Alviverde após o confrotno de domingo com a Gaviões da Fiel.
Ao mesmo tempo, é grande a pressão feita por conselheiros ligados à torcida para que o clube ajude oficialmente a organizada a se defender, principalmente da suspensão aplicada pela FPF. A entidade proibiu temporariamente as duas unfiormizadas de entrarem nos estádios paulistas.
A situação deixa os dirigentes pisando em ovos. Não querem ir contra MP e FPF. Mas temem o desgaste político que conselheiros "manchistas" podem provocar. E têm pavor de reações violentas por parte da torcida, se virarem as costas para ela.
A pressão interna ganhou ares de oficial com um e-mail enviado na última quarta pelo conselheiro Gustavo Gomes Pereira a diretores e conselheiros. Na mensagem, ele diz que passou da hora de o Conselho Deliberativo, da diretoria e da presidência ajudarem a torcida.
Ele diz que é um absurdo a FPF banir a Mancha e chama a entidade de incompetente e eleitoreira. Afirma ainda que, quando é do interesse do clube, o Palmeiras paga ônibus e manda ingressos para a uniformizada. O conselheiro sugere que Arnaldo Tirone emita uma nota oficial repudiando a atitude da FPF.
Seria comprar briga publicamente com a federação, presidida por Marco Polo Del Nero, conselheiro palmeirense, membro da Fifa e da Conmebol, além de homem forte na CBF.
"Pretendo conversar com o Tirone para pedir que ele se mainfeste junto à federação. Não é hora de pensar no que pode acontecer politicamente. O Palmeiras historicamente não defende a sua torcida, seja organizada ou não. Precisamos mudar isso", falou Gustavo ao blog.
A mensagem de Gustavo, que diz não defender a violência, obteve rápida resposta. Piraci de Oliveira, diretor jurídico do Palmeiras, respondeu que o clube prestou solidariedade à família de um dos torcedores mortos no confronto enviando representante ao enterro.
O dirigente disse também que tem mantido contato com a advogada da Mancha para colaborar. E que se ofereceu pessoalmente para ajudar em nome do clube. Ao blog, Piraci declarou que a oferta foi pessoal. Caso tivesse sido aceita, não seria o Palmeiras que participaria. Ele se envolveria individualmente.
O caso aumentou também a pressão de conselheiros para punir Del Nero por ter dito que torceria para o Corinthians ser campeão na rodada final do Brasileirão-11, contra o Palmeiras. A cobrança é atribuída ao grupo no Conselho considerado "manchista".
"Não tenho opinião formada sobre se o Palmerias deve ajudar. Mas acredito que a torcida é patrimônio do clube, que não pode esquecer disso", afirmou ao blog o conselheiro Wlademir Pescarmona, um dos líderes da oposição. No grupo oposicionista estão conselheiros da ala que nutre simpatia pela Mancha, como Sérgio Pellegrini, influente no órgão.
Encurralada, a diretoria espera ter encontrado uma maneira de agradar à organizada sem ferir FPF e MP. Quer exibir uma faixa no próximo jogo, pedindo o fim da violência e estampando o nome dos dois palmeirenses mortos.
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