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CBF clona medidas da Federação Paulista sem ligar para rebeldes

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10/04/2012 15h34

José Maria Marin segue na CBF o mesmo roteiro usado por Marco Polo Del Nero quando herdou a presidência da Federação Paulista das mãos de Eduardo José Farah, um antecessor que criou raiz no cargo e tocava a entidade como uma caixa-preta.

As condições em que Marin assumiu a CBF são semelhantes, já que Ricardo Teixeira e Farah são parecidos em vários aspectos.

O novo presidente da confederação acredita tanto na receita de Del Nero para se dar bem que não se preocupa em apagar as digitais do colega em sua gestão para evitar a ira dos cartolas que se rebelaram contra o presidente da FPF. Gaúchos, cariocas, baianos, paranaenses e mineiros são os rebeldes.

Veja abaixo as semelhanças entre as administrações de Del Nero e Marin.

 

Imprensa – Antes mesmo de esquentar a cadeira da presidência da FPF, Del Nero abriu as portas da entidade para jornalistas, contrariando os métodos de seu antecessor. Convidou a imprensa a sugerir mudanças no Campeonato Paulista e passou a receber com frequência jornalistas na entidade. Na CBF, Marin desandou a dar entrevistas coletivas, algo que Teixeira só fazia quando não tinha saída.

Arbitragem – Logo de cara, Del Nero tentou dar credibilidade ao departamento na FPF. Nomeou um policial militar para comandar a comissão que cuida do apito e criou os cargos de ouvidor e corregedor, clonados agora por Marin. Na época, Del Nero agradou aos grandes paulistas. Agora, Marin fez o mesmo com os dirigentes cariocas, críticos ácidos dos juízes no Brasileirão.

Sala de visitas -Ao assumir, Del Nero transformou uma sala que Farah usava sozinho num local para receber os dirigentes de clubes, diariamente. Eles também passaram a almoçar na entidade. Quando precisa de privacidade, o presidente despacha numa sala menor. No Rio, Marin anunciou que fará uma reforma na CBF para criar um amplo espaço a fim de receber dirigentes de federações e times.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.