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Em nova batalha na CBF, presidente da FPF é forçado a assumir cargo

Perrone

17/04/2012 06h00

A batalha travada entre oposição e situação na CBF teve um novo episódio nesta segunda, na assembleia da entidade. Após um jogo de empurra, Marco Polo Del Nero assumiu posto no Conselho Consultivo da Confederação Brasileira.

A cena foi constrangedora. O carioca Rubens Lopes, um dos opositores, indicou o paulista para o cargo. Del Nero agradeceu, recusou o cargo e devolveu a vaga para o presidente da Federação do Rio.

Para surpresa geral, Lopes rejeitou a devolução. Insistiu para Del Nero ser o conselheiro da região Sudeste. O paulista acabou aceitando integrar o conselho, que pode ser convocado pelo presidente para dar sua opinião sobre temas cruciais.

Mais importante do que o cargo é o gesto do carioca. Ele fez questão de que fosse cumprido um acordo de cavalheiros. O trato prevê rodízio entre os presidentes das duas federações no conselho.

Lopes estava no cargo e não aceitou quebrar o pacto, o que pode ser interpretado como um cutucão em Del Nero. Isso porque o dirigente do Rio alega que existe também um acordo de cavalheiros para um rodízio na vice-presidência da região Sudeste.

A Ferj sugeriu Zagallo para a vaga. A FPF indicou um nome não revelado pela CBF, quebrando o acordo que os cariocas alegam existir, já que o vice anterior era José Maria Marin, agora presidente.

A indicação é estratégica. Se um dos dois indicar um vice mais velho que os já existentes terá um aliado na presidência, caso José Maria Marin renuncie. Zagallo é mais velho que os demais.

Cariocas, gaúchos, paranaenses, baianos e mineiros querem impedir que Del Nero emplaque um aliado ou que seja o novo vice da região Sudeste.

Se Del Nero e Lopes não se entenderem, a federação carioca, tradicional aliada da CBF, pode se transformar em principal inimiga da confederação.

A situação é indesejada pelos times do Rio, que temem o receio de árbitros de errarem a favor de clubes filiados à federação rompida com a CBF.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

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