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Teimosia de diretorias marca campeões de Rio e SP

Perrone

13/05/2012 18h01

Campeões paulista e carioca, Santos e Fluminense têm em comum a insistência de suas diretorias.

Os alvinegros teimaram em não vender Neymar. Seguraram o jogador ao custo proibitivo de R$ 3 milhões mensais. E mantiveram mordomias a Neymar, que até já derrubou técnico, na contramão do bom planejamento. Ignoraram também os conselhos para evitar o tratamento diferenciado, que poderia destruir a harmonia no vestiário. O craque tem as passagens para seu pai pagas pelo clube até em jogos da seleção.

Acusada de adotar uma política suicida, a cartolagem santista dá de ombros para os críticos e festeja marcas históricas construídas em campo, como o tricameponato paulista. Feitos assim foram calando os corneteiros e empolgando os torcedores.

O Fluminense também rasgou o manual da prudência. Apostou em salários exorbitantes, pagos com enorme ajuda da parceira Unimed. A equipe manteve jogadores que não rendiam e calçavam mais o chinelo do que a chuteira. Caso de Fred, que agora jogando em alto nível é motivo de orgulho da torcida que já o perseguiu na badalada noite da cidade maravilhosa.

A filosofia mão aberta tricolor não mudou com a oposição chegando ao poder. E a manutenção por anos da torta política de pagar astros com dinheiro da patrocinadora enquanto outros atletas tinham salários atrasados, parecia muitas vezes emperrar o Flu.

O título carioca, porém, ainda é muito pouco para justificar os milhões injetados na equipe, que também já faturou um Brasileirão, mas ainda deve a Libertadores aos fãs. Já os santistas têm crédito com sua torcida, que apesar de feliz certamente tem uma ponta de preocupação com as falhas da defesa diante do Guarani. Não foi a primeira vez. Nos próximos confrontos da Libertadores erros como os que resultaram nos dois gols bugrinos podem ser irreversíveis.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.