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Reencontro de Gaviões e Mancha tem ameaça de nova briga, suspeitos em liberdade e foragidos

Perrone

24/06/2012 06h00

Três meses depois de dois torcedores da Mancha Alviverde morrerem em confronto com a Gaviões da Fiel, corintianos e palmeirenses se reencontram neste domingo no Pacaembu. Entre os integrantes das organizadas é considerado praticamente impossível não haver novas brigas antes ou depois do jogo.

Fala-se em alguns confrontos com menos torcedores do que o último, que reuniu cerca de 500 brigões. E em diferentes locais. Assim, seria mais difícil de a PM evitar a pancadaria.

As direções das organizadas afirmam que orientaram seus sócios a evitar confrontos. A Gaviões pede para que todos sigam juntos até o estádio, saindo de sua sede. Grupos menores seriam alvos mais fáceis para uma possível vingança dos palmeirenses. Em comboio, todos seriam escoltados pela PM, com mais segurança.

Segundo membros da Gaviões, nenhum dos torcedores presos durante as investigações continua na cadeia. A polícia civil não deu detalhes da situação atual para o blog, mas afirmou que o inquérito foi enviado à Justiça. O Ministério Público também não deu informações sobre o caso.

Porém, o blog apurou que a polícia tem um suspeito de ter atirado e matado o palmeirense André Alves Lezo, mas ainda não conseguiu localizá-lo. Outro corintiano que teria sido co-autor do crime também não foi encontrado pelos policiais.

Além deles, três integrantes da Gaviões que tinham sido presos estão em liberdade. Douglas Deungaro, o metaleiro, ex-presidente da organizada, nem chegou a ser indiciado. Sua defesa usa o argumento de que isso indica que ele ficou dois meses preso de maneira injusta.

Outros dois torcedores foram indiciados por formação de quadrilha e respondem às acusações em liberdade. Eles não poderão ir ao Pacaembu. Terão de se apresentar de manhã numa delegacia e só poderão ir embora à noite. Não podem mais ir aos jogos do Corinthians no decorrer do processo. Ainda há mais um dirigente e um sócio da Gaviões foragidos.

Se  ocorrerem novas brigas no clássico, elas podem servir para dificultar o trabalho da promotoria no caso, na opinião de um torcedor ouvido pelo blog. Isso porque, de acordo com essa tese, se suspeitos estão foragidos e indiciados estarão na delegacia fora de combate, novas confusões sinalizariam que há outros torcedores violentos que poderiam ter promovido a batalha de março passado.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.