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Conselheiros pedem demissão de superintendente do Santos por ser corintiano

Perrone

17/07/2012 17h10

Conselheiros do Santos ligados à diretoria querem a demissão de Henrique Schlithler, superintendente administrativo do clube, principalmente por ele ser corintiano.

Protestos foram feitos contra o funcionário nos bastidores da última reunião do Conselho Deliberativo, na semana passada.

Os descontentes reclamam até que Henrique não escondia sua alegria no clube um dia após o Corinthians conquistar a Libertadores. Torcer para o rival é considerado pecado mortal na Vila Belmiro. Nem o presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro foi perdoado por dizer que torceria a favor do alvinegro paulistano na decisão contra o Boca.

 No caso de Henrique, o corintianismo se junta a outras críticas, como as referentes aos problemas com o programa Sócio Rei. Os associados tiveram dificuldades com o novo sistema de venda de ingressos. E saber que um dos responsáveis implantação do projeto é corintiano causa mais irritação.

Também existem reclamações sobre o superintendente ser ríspido no trato com fornecedores e parceiros do clube, além de supostamente ser o responsável por recentes demissões.

Na oposição, porém, há quem defenda o funcionário. A alegação é de que ele estaria incomodando cartolas e outros empregados do clube por cortar seus maus hábitos.

Leia abaixo entrevista do superintendente administrativo ao blog.

Qual a sua opinião sobre conselheiros querem sua demissão pelo fato de ser corintiano?

Respeito as opiniões, mas gostaria de ser analisado pelo meu desempenho profissional. Além disto, sou nascido em Santos, criado na cidade por um pai santista, casado com uma santista doente e meu filho de 4 anos quer usar a camisa do Santos quase todos os dias. Sempre tive carinho enorme pelo clube, o que, obviamente, já aumentou muito desde que comecei a trabalhar aqui.

 O senhor foi ao Pacaembu assistir à final entre Corinthians e Boca?

Não, porém fui ao Morumbi com minha esposa assistir a Santos FC e Boca na final da Libertadores de 2003.

 Acredita que o fato de o senhor mudar antigos procedimentos adotados por funcionários e até por dirigentes do clube seja responsável por algumas críticas ao seu trabalho?

Prefiro não comentar.

 Procede que o senhor efetuou várias demissões desde que chegou ao clube?

Duas pessoas saíram do clube após a minha chegada, e não em função dela.

 Houve um problema entre o senhor e um conselheiro que teria permitido a entrada de sinalizadores na Vila Belmiro, na semifinal contra o Corinthians, alegando que as caixas só tinham bexigas e apitos?

 O fato da entrada de sinalizadores na Vila está sendo investigado pelos órgãos competentes com todo apoio e interesse do Santos FC, inclusive disponibilizando relatórios e imagens quando solicitados.

 Qual sua análise para os problemas encontrados pelo santos na venda de ingressos pela internet e quais as soluções para melhorias?

A migração do antigo sistema nos trouxe algumas dificuldades, entre elas a venda de ingressos on-line. Aproximadamente 90% dos problemas foram solucionados e outros estão próximos da solução. Muitas destas dificuldades foram ocasionadas devido à baixa qualidade das informações existentes, como, por exemplo, mais de 10.000 cadastros de sócios sem CPF. Esta oxigenação, que vem sendo feita diuturnamente, tem nos propiciado uma visível melhora tanto no atendimento nos nossos "Call Centers" como em nossa Secretaria Social.

 Acredita ser difícil profissionalizar alguns setores de um clube de futebol por causa da política interna?

 Este processo de profissionalização foi iniciado em dezembro de 2009, no começo da gestão do presidente Luis Alvaro e do vice Odílio Rodrigues. Estamos em meio a uma quebra de paradigma dentro do futebol brasileiro e sabíamos anteriormente que haveria dificuldades e obstáculos.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.