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Corinthians corre risco de ter que pedir ajuda de Lucas por direito a participação em venda

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09/08/2012 16h40

Para ter direito a uma parte dos R$ 108 milhões pagos pelo PSG ao São Paulo, o Corinthians pode se ver obrigado a pedir uma declaração por escrito de Lucas. Nela o jogador atestaria que o alvinegro participou de sua formação.

Porém, ele deixou o Parque São Jorge justamente porque seu pai entendia que o clube não investia como deveria para prepará-lo.

A palavra do atleta pode ser necessária porque o Corinthians não encontra documentos que provem que Lucas disputou campeonatos da Federação Paulista com a camisa do clube. Pelas regras da Fifa, o comprador reserva 5% do dinheiro gasto para distribuir entre os clubes formadores relacionados num documento chamado passaporte do atleta.

No Brasil, esse documento é feito pela CBF com dados fornecidos pelas federações. Amigo da família de Lucas disse ao blog que ele nunca disputou partidas da FPF pelo alvinegro.

"Já achamos jogos dele pelo clube em campeonato da Associação Paulista de Futebol. Também achamos documentos dele no nosso futsal. Mas ainda não encontramos registros de que ele tenha disputado campeonatos da Federação Paulista", disse ao blog Luiz Alberto Bussab, diretor jurídico do Corinthians.

Se o passaporte for produzido sem o registro da passagem de Lucas pelo Parque São Jorge, o clube pode ainda pedir uma retificação, juntando outros documentos.

Mais forte do que qualquer documento seria a declaração de Lucas. Aí é que mora o perigo. Quem lembra da saída dele do Parque São Jorge diz que o pai do jogador não via o Corinthians como um clube interessado em melhorar a formação de seu filho.

 Na ocasião, entre outros pedidos, a família queria uma ajuda de custo para bancar o transporte de Lucas, que morava perto de Interlagos, na Zona Sul, e treinava em Itaquera, na Zona Leste. Ou uma vaga no alojamento corintiano e numa escola perto dele.

Também queria que o Corinthians bancasse um tratamento para ajudar Lucas a crescer mais. Nesi Curi, que comandava as categorias de base do Corinthians, não atendeu aos pedidos. E ainda disse que Lucas cresceria naturalmente.  Pouco depois ele se transferiu para o São Paulo.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.