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Muricy é criticado na direção do Santos por não se virar sem Neymar

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08/08/2012 06h00

Depois de criticar o planejamento do clube e a diretoria, Muricy Ramalho passou a ser alvo de fogo amigo no departamento de futebol do Santos. Quem antes reclamava em voz baixa agora subiu o volume.

Ao menos um dos dirigentes do futebol santista desabafa com amigos e diz que o treinador reclama das contratações fracassadas, mas não indica reforços para o clube. E que ele ainda não justificou o aumento recebido recentemente: pelo que ganha teria que fazer o time jogar bem sem Neymar e Ganso.

Outro motivo de queixa é o temperamento do treinador, acusado de não dialogar com atletas e funcionários. Segundo essa versão, Ibson pediu para deixar a Vila Belmiro por não se entender com o técnico.

Por meio de sua assessoria de imprensa, Muricy Ramalho atendeu ao blog e comentou sobre as críticas. Leia abaixo entrevista com o técnico por e-mail.

O senhor tem sido criticado no Santos por ganhar muito e não conseguir fazer o time jogar bem sem Ganso e Neymar. Como avalia essa crítica?

Muricy – Isso é normal, o time se desfez e passa por um momento de transição. Fomos bicampeões paulistas e levantamos a taça da Libertadores, a cobrança em um momento como esse é normal. Vamos trabalhar para reencontrar o melhor futebol.

Também há queixas de que o diálogo com funcionários e jogadores é difícil. Alguém já reclamou diretamente com o senhor sobre isso?

Muricy – O clima é ótimo no Santos. Lá o relacionamento entre todos é o melhor possível, considero o bom clima entre as pessoas um dos pontos fortes do clube.

Em algum momento, a diretoria comunicou o senhor sobre a vontade de Ibson deixar o clube ter sido motivada por um problema de relacionamento com o senhor?

Muricy – O Ibson tem bom relacionamento com todos e comigo nunca foi diferente, é só consultar o jogador. A vontade dele de sair foi respeitada e não há nenhum mal nisso.

Procede que nesta última fase de contratações o senhor não indicou nenhum jogador para a diretoria?

Muricy – Não procede. Indiquei vários atletas, mas são caros demais e as negociações não deram frutos. No Santos é o técnico que indica jogadores para serem contratados.

 Até que ponto as dificuldades financeiras do Santos atrapalham o seu trabalho?

Muricy – O clube não tem dificuldades financeiras, mas não quer gastar mais do que arrecada. Respeito muito isso e entendo a conduta deles.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.