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Cancelamento de obra em Brasília reforça vocação do Brasil para Copa do Puxadinho

Perrone

28/09/2012 13h23

Por razões diferentes, Fifa e Governo Federal não devem fazer da primeira obra cancelada da Copa de 2014 (o VLT de Brasília) um drama.

Para a federação internacional, se o transporte público de alguma cidade for seriamente prejudicado, ela simplesmente terá menos jogos do que o previsto. Já o Governo Federal bate na tecla de que investe em obras não só para o Mundial. O que interessa é melhorar a estrutura das cidades, mesmo que seja depois da Copa.

Porém, num ponto, Fifa e Governo pensam do mesmo jeito: não há obra que não possa ser substituída por medidas paliativas. Ponto facultativo em dia de jogo, corredores exclusivos para delegações e outros improvisos podem quebrar bem o galho.

No caso de Brasília, como mostra reportagem do UOL Esporte, a gambiarra será um corredor exclusivo para ônibus. Assim, o cancelamento do Veículo Leve sobre Trilhos da capital federal reforça vocação do Brasil para fazer a Copa do Puxadinho. Ainda que outros países também tenham improvisado, por aqui essa parece ser a marca registrada, mais forte que o tatu bola. A começar pelas instalações provisórias em aeroportos.

 E se a onda é improvisar, qual será o legado? Não tinha sido por uma infraestrutura de primeiro mundo como herança que o Governo decidiu gastar o nosso dinheiro no Mundial?

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.