Topo

Perrone

Declaração de César Sampaio gera turbulência no Palmeiras em véspera de jogo com Grêmio

Perrone

01/09/2012 06h00

Na véspera de uma partida importante para o Palmeiras na luta contra o rebaixamento, diante do Grêmio, o Palestra Itália ficou em polvorosa por causa da caça ao dedo-duro que entregou João Vítor. O assunto teima em atormentar os palmeirenses.

Nesta sexta, uma declaração de César Sampaio ao UOL Esporte provocou a turbulência.

O resultado foi uma série de protestos de conselheiros contra o gerente de futebol, pedidos para que membros do Conselho Deliberativo, funcionários e até o segurança de Felipão sejam proibidos de chegar perto do vestiário alviverde. Todos suspeitos de alimentar a imprensa.

Sampaio disse que está disposto a descobrir quem vazou para a imprensa que João Vítor chegou com hálito de álcool a um treinamento. Prometeu entregar o X9 para a temida Mancha Alviverde. A afirmação causou indignação de conselheiros. Eles alegam que o gerente incitou a violência e prejudicou a imagem do clube. Sampaio não atendeu aos telefonemas do blog.

Reclamam também que o ex-jogador deveria estar preocupado em resolver os problemas do time e em dar respaldo para Felipão. Mas que acabou jogando combustível na fogueira.

 

A declaração repercutiu também na FPF. Foi recebida com preocupação por gente da área de segurança da entidade.

Fora do clube, outra movimentação alimentou mais o assunto. Acaz Fellegger, assessor de imprensa de Scolari, divulgou uma nota de esclarecimento por ter sido citado por Sampaio na reportagem do UOL Esporte, que assinei com Danilo Lavieri.

Em seu comunicado, explicou que informou ao Jornal da Tarde e ao Estado de S.Paulo que Felipão não se pronunciaria em matéria sobre a suspeita de haver "chinelinhos" no elenco. A reportagem dizia que a comissão técnica desconfiava de corpo mole de alguns atleta.

Como o assessor agora admitiu que não negou existir desconfiança por parte do treinador, deu margem para os jogadores continuarem suspeitando de que Scolari autorizou o vazamento.

Nesse cenário, é improvável que a perseguição ao dedo-duro logo termine. Assim, dirigentes, jogadores e membros da comissão técnica continuarão fazendo reuniões e gastando tempo em busca do tal informante.

Poderiam aproveitar melhor toda essa energia tentando colocar atletas em forma, buscando brecar as seguidas lesões e corrigindo falhas.

Ironciamente, enfrentarão o time de Kléber, que deixou o Palmeiras acusado de conturbar o vestiário. E de contribuir para o vazamento de informações por meio de seu empresário, Pepinho, que sempre negou as acusações.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.