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Motim contra presidente do Palmeiras deixa técnico sem proteção

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22/09/2012 09h13

 Por motivos diferentes, altos colaboradores do presidente do Palmeiras estão abandonando o barco. Ao sair, parte deles coloca os pés diretamente na canoa da oposição. A movimentação política estoura Gilson Kleina.

Abandonado e pressionado a abandonar Roberto Frizzo e César Sampaio, Arnaldo Tirone deixa o novo treinador sem um cartola que faça a intermediação com o presidente. Kleina também não tem o respaldo de um dirigente que conheça o vestiário alviverde, algo fundamental depois de Felipão perder o controle sobre os jogadores.

Sampaio e Frizzo deveriam fazer essa blindagem, mas hoje apenas cumprem tabela. O vice de futebol sofre ainda com a violência da torcida, que quebrou seu restaurante. Ele nem viajou para Florianópolis, local do confronto com o Figueirense.

"Fui a 120 jogos. Não conheço diretor que tenha ido a todos. Vi que já tinha gente acompanhando o time, e que não precisaria ir", disse Frizzo.

Ele é um dos pivôs da desidratação do estafe de Tirone. Faz tempo que colegas de diretoria querem a cabeça do vice. A saída de Felipão foi colocada na conta dele e na de Sampaio por alguns dos aliados do presidente, que resolveram se afastar do cartola.

O gelo em Frizzo e Sampaio é uma tentativa de Tirone de acalmar os insatisfeitos. Mas o efeito foi contrário. Quem tinha sobrado no bonde presidencial pediu para sair por não suportar a "humilhação" enfrentada por Fizzo.

O vice-presidente ficou fora da negociação do novo técnico, conduzida por um funcionário do departamento financeiro e uma advogada. "Ajudei a decidir o nome do treinador. A partir daí entreguei ao caso a quem conhece as finanças do clube e a quem cuida da parte jurídica", afirmou Frizzo.

Amigos do vice pediram para ele seguir os passos de Edvaldo Frasson, vice administrativo, e Walter Munhoz, vice financeiro, que se afastaram de seus cargos, alegando problemas profissionais. Frizzo rechaçou a ideia.

Entre os motivos para aliados se afastarem de Tirone também está o fato de ele não fazer força para transformar em sindicância interna a auditoria nas contas da administração passada. Há ainda os que estão descontentes porque ajudaram a blindar Felipão na reta final da Copa do Brasil e acreditam que não tiveram seu trabalho reconhecido pelo presidente.

A violência de torcedores que xingam e ameaçam agredir funcionários, cartolas e conselheiros no Palestra Itália também fez alguns colaboradores do presidente manterem distância..

Procurado pelo blog, Tirone não atendeu aos telefonemas. O presidente parece fadado a ver quem o colocou no poder ficar de braços cruzados, enquanto o barco palmeirense afunda no Brasileirão.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.