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Ronaldo repete comportamento de cartolas ao seu lado

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06/10/2012 12h30

Ronaldo não vê conflito de interesses ao integrar o Comitê Organizador da Copa e manter uma agência que trabalha para empresas interessadas em contratos do Mundial. Caso da Marfinite Arenas, contratante da 9ine e vencedora de concorrência privada para os assentos da Fonte Nova, como mostra reportagem de Rodrigo Mattos no UOL Esporte.

Assim como o Fenômeno, Andrés Sanchez disse como diretor de seleções não serem conflitantes seus cargos na CBF e no conselho da mesma 9ine, responsável por cuidar da imagem de jovens jogadores selecionáveis.

Da mesma forma, um dos chefes de Andrés, Marco Polo Del Nero, vice da CBF e membro do Comitê Executivo da Fifa, não enxerga conflito ao ver seu escritório de advocacia defendendo a empresa BWA em processo pelo controle do Castelão, arena da Copa.

Único acima de Del Nero na hierarquia da CBF, José Maria Marin também não detecta problemas ao remunerar como consultor da confederação Ricardo Teixeira, metido num dos casos mais cabeludos de suborno do futebol mundial.

Como empresário e dirigente, Ronaldo pode queimar seu filme

Não serve como justificativa, mas fica claro que o empresário e dirigente Ronaldo repete o comportamento dos diversos cartolas com quem conviveu durante a carreira. Azar do Fenômeno, único nesse clubinho que tem o rótulo de ídolo para lustrar.

Será vacilo demais queimar agora seu filme, após resistir a longos períodos de inatividade, convulsão em final de Copa do Mundo, escândalo em boate, barraco com travesti e excesso de peso. Ronaldo não precisava correr esse risco.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.