Topo

Perrone

Campanha por Andrés faz Corinthians viver turbulência eleitoral fora de época

Perrone

11/01/2013 11h30

 

Andrés deixou a CBF no final do ano

O movimento pela volta de Andrés Sanchez à presidência do Corinthians transformou o Parque São Jorge num caldeirão eleitoral fora de época. A ebulição política valoriza o passe dos opositores. O apoio deles é vorazmente disputado pelas alas que se dividiram no grupo responsável por colocar Mário Gobbi na presidência.

Os mais ligados a Andrés do que a Gobbi querem mudar o estatuto para permitir que o ex-presidente seja candidato na próxima eleição, no final de 2014. Pelas regras atuais, ele tem que ficar fora de duas votações antes de poder tentar voltar. Já se ausentou de uma.

André Luiz de Oliveira, ex-diretor administrativo, lidera o pedido de mudança.

Uma votação no Conselho Deliberativo deve decidir a questão. A divisão entre os situacionistas torna a disputa equilibrada. Por isso, os dois lados esqueceram as históricas divergências políticas e passaram a assediar a oposição em busca de apoio.

"Essa briga não é nossa, não queremos falar nada agora. Vamos fazer uma reunião na próxima semana pensando no que é melhor para o Corinthians, sem pensar se é bom para esse ou aquele", disse ao blog Fran Papaiordanou, um dos líderes da oposição. Ele faz parte do grupo de Paulo Garcia, derrotado na última eleição alvinegra.

O aumento da temperatura no Parque foi provocado por declarações de Andrés. Sem cargo no futebol desde sua demissão na CBF, ele disse ser contrário a alterar o estatuto. Mas aceitará se a decisão da maioria for mudar as regras para permitir sua volta.

Esse cenário traz uma inesperada turbulência para o clube, que está no paraíso desde a conquista do Mundial. A tarefa do presidente agora é blindar o futebol do tiroteio político. Em tempos de guerra, qualquer deslize no comando da equipe ou tropeço em campo vira munição pesada.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.