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Morte de torcedor boliviano escancara perigo de prática comum nos estádios brasileiros

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21/02/2013 07h59

A morte de um boliviano do San Jose no jogo com o Corinthians pela Libertadores é reflexo de um hábito de torcedores brasileiros que por sorte não faz vítimas rotineiramente.

Vândalos que costumam ficar perto da divisão das torcidas em grandes jogos atiram bombas e outros artefatos nos adversários como quem brinca com uma mangueira de água. É como se não machucasse, só fizesse barulho.

E não é só a violência contra rivais que gera risco de acidentes. No Pacaembu, por exemplo, integrantes de organizadas do Corinthians deixam os locais em que suas torcidas ficam para acenderem sinalizadores ao lado de torcedores comuns, driblando os policiais. Pingam fogo nos outros, como se não queimasse, e nem dão bola.

Os corintianos que estavam na Bolívia não podem ser condenados sem provas. Mas as autoridades brasileiras deveriam tomar a tragédia como ponto de partida para atacar o problema em nossos estádios. A olho nu, as revistas nas entradas parecem eficientes. Mas a "brincadeira" com fogo do lado de dentro revela que não são.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.