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Corinthians dá prêmio pelo título mundial a funcionários de fora do futebol e provoca revolta

Perrone

02/03/2013 06h00

 

Premiação do Mundial gera celeuma

O Corinthians pagou premiação pelo título mundial a funcionários que não são do departamento de futebol. Há engenheiro, responsável por comprar passagens e quem supervisiona até manutenção de elevadores entre os agraciados.

Conselheiros, incluindo gente que votou em Mário Gobbi, se movimentam para levar o caso ao Conselho Deliberativo. Querem explicações da diretoria para os pagamentos.

A bronca é com José Max Reis Alves, diretor de gestão administrativa. Ele indicou para o presidente do clube o nome de três funcionários de sua diretoria para receber a premiação. Um deles trabalha no CT e ninguém reclamou de sua indicação por considerar que é ligado ao futebol. O problema está nos prêmios para Edson Domingues, gerente de logística, e Vágner, superintendente administrativo.

O primeiro, entre outras tarefas, compra passagens e recebeu R$ 10 mil como premiação. O segundo cuida de diversos setores no Parque São Jorge, como compras, segurança e é acionado até quando um elevador quebra. Ele ganhou R$ 30 mil.

Há também descontentamento com o bônus de R$ 20 mil dado ao engenheiro Rafael pelo título, mas o diretor administrativo nega que ele seja seu funcionário, como dizem os críticos.

Os descontentes entendem que dinheiro destinado só para premiar pela conquista funcionários ligados ao departamento de futebol pegou outros caminhos no Parque São Jorge. A tese é que o bolo de quem está mais ligado ao elenco diminuiu para premiar gente de fora do departamento.

Veja abaixo depoimento de José Max Reis ao blog sobre o assunto.

"É preciso ficar claro que não estamos falando de bicho. É um bônus a funcionários que mereceram. E não posso dizer que esse dinheiro foi retirado da premiação do Mundial porque as notas não são marcadas no clube.

Fui consultado pelo presidente e sugeri três nomes que achei merecerem. Agora, não é a primeira vez que gente de outras áreas recebe. Isso sempre aconteceu no clube, e eu só estou lá há um ano.

Acho justo um funcionário que dormiu no Parque São Jorge durante o Mundial para resolver um problema de comunicação com os celulares da delegação ter uma retribuição. Digo o mesmo para um funcionário que foi três horas antes do embarque, fora do horário de trabalho, no aeroporto para antecipar o check-in dos jogadores.

Se você falar que funcionários do departamento administrativo ganharam bicho, vai parecer que alguém aqui está se locupletando. Não pode parecer que a nossa gestão inventou isso porque não foi.

Gostaria de saber por qual motivo esses conselheiros estão reclamando agora, quando o clube está com esse problema na Conmebol e com a ação na Justiça contra o patrocínio da Caixa. É preciso cuidado para não entrarmos numa seara política."

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.