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Por Neymar, conselheiros articulam pedido de impeachment de presidente do Santos

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20/03/2013 18h10

Neymar pode sair do Santos de graça

Um grupo de Conselheiros do Santos prepara abaixo-assinado para pedir o impeachment do presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, o Laor. São necessárias assinaturas de 20 colegas para levar o caso em votação ao Conselho Deliberativo.

O principal argumento é de que a última renovação de contrato de Neymar teria sido lesiva ao clube. Isso porque o final do acordo foi antecipado de fevereiro de 2015 para julho de 2014. Assim, logo após a Copa do Mundo, o jogador estará livre para deixar o Santos de graça.

Normalmente, os clubes reajustam os salários de atletas para aumentarem seus vínculos. O time ganha mais tempo para lucrar numa possível venda.

"Renovaram o contrato na empolgação. Agora vemos que isso vai dar um grande prejuízo ao clube. O pai do jogador já disse que não quer renovar mais porque agora vai ser o único dono, ficará com todo o dinheiro. No meu entender, isso é caso de impeachment", disse Rubens Marino, ex-vice presidente santista e um dos líderes do movimento.

Laor está hospitalizado,  mas costuma dizer que diminuir o tempo de contrato foi a única forma de manter Neymar.

Os que defendem a decisão fazem contas. Calculam que, se o jogador tivesse sido vendido em 2010 ou 2011, o Santos teria recebido cerca de R$ 50 milhões. E que a manutenção de Neymar rendeu muito mais.

A tese é defendida com números do balanço de 2012, ainda não publicado. Ele mostra que o Santos arrecadou no ano passado R$ 189 milhões. Em 2009, a receita foi de cerca de R$ 70 milhões. Neymar é considerado o principal responsável pelo salto. Isso além dos títulos conquistados como a Copa do Brasil e a Libertadores.

O atacante também divulgou a campanha para aumentar o número de sócios. A quantidade passou de 20 mil para 60 mil, segundo números da direção.

Outra queixa dos descontentes é uma suposta irregularidade na assinatura do acordo com a parceira CSU. O documento teria sido assinado pelo vice Odílio Rodrigues que não estava empossado como presidente interino, ferindo o estatuto.

No final de 2012, como mostrou o UOL Esporte, por outros motivos, conselheiros também chegaram a falar em impeachment.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.