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Autoridades brasileiras temem que corintianos fiquem um ano presos sem julgamento, apesar de Dilma ajudar

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20/04/2013 09h01

A prisão de 12 corintianos suspeitos de envolvimento na morte de Kevin Douglas Beltran Espada completa hoje dois meses, apesar da força-tarefa feita por políticos brasileiros de alta patente para tentar tirá-los da cadeia.

Aaté Dilma Rousseff ajudou, mas a previsão é sombria. A prisão preventiva na Bolívia vale por até seis meses. Segundo o deputado estadual Fernando Capez (PSDB), engajado na causa, o prazo é renovável por outros seis meses.

Nesse cenário, os corintianos poderiam ficar até um ano presos sem serem julgados. Ou seja, sem terem sido condenados. Há ainda uma dúvida sobre a legislação boliviana em relação à possibilidade de esse período se estender por mais um ano. Na avaliação das autoridades envolvidas no caso, a chance de a prisão durar 12 meses não é pequena.

Capez montou uma frente para a libertação dos torcedores, numa das diversas ações pelos corintianos.  Dois ministros (Relações Exteriores e Justiça), uma comissão de deputados e outra de senadores já foram a Oruro interceder pelos alvinegros.

Antonio de Aguiar Patriota, ministro das relações exteriores, disse em entrevista recentemente que agiu no caso a pedido da presidente Dilma Rousseff.

Além disso, o Itamaraty acompanha a situação dos corintianos diariamente. Na semana passada enviou uma médica para examiná-los e deu remédios até para fortalecer a imunidade deles.

Por sua vez, o Ministério Público de São Paulo abriu um processo para checar se a confissão do menor que teria disparado o sinalizador causador da tragédia foi verdadeira. "Determinamos uma perícia nas imagens do momento em que o sinalizador é lançado para comprovar a autoria. Quando um cidadão brasileiro comete um crime no exterior e não é julgado, cabe ao Ministério Público abrir um processo aqui", disse ao blog o promotor Tales César de Oliveira. Ele aguarda o resultado da perícia.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.