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Eurico renasce no dia em que morre pedido de CPMI das Obras da Copa

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21/08/2013 06h00

No começo da tarde desta terça, o deputado Izalci (PSDB-DF) corria para tentar salvar a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) das Obras da Copa. Ao mesmo tempo, Eurico Miranda se preparava para voltar a protagonizar uma reunião na CBF.

Enquanto Izalci fracassava em sua missão no Congresso Nacional, Eurico praticamente dominava o encontro entre representantes dos principais clubes do país e de federações. Eles tratavam do Proforte, novo projeto de lei que promete salvar os clubes das dívidas fiscais.

"Ele mostrou que entende muito de leis. E pediu para todos terem cuidado, não assinarem algo que não vão conseguir pagar lá na frente, voltando a se afundar", disse ao blog um dos participantes. "A maioria ficou calada, enquanto ele falava. Parece que faltam dirigentes com personalidade", afirmou o mesmo cartola, sob a condição de anonimato.

Eurico, que não foi localizado pelo blog, representou a Federação do Rio, segundo participantes da reunião. Quando um dos cartolas reclamou das heranças malditas deixadas por presidentes de clubes a seus sucessores, o ex-presidente do Vasco não ficou calado. Disse que todo mundo sabe as dificuldades que terá quando assume um clube. Soou como uma alfinetada em Roberto Dinamite, presidente vascaíno, que costuma reclamar de como encontrou o clube.

No final do encontro, enquanto parte da cartolagem saia impressionada com a exibição de Eurico, o pedido de CPMI das Obras da Copa era enterrado em Brasília. O requerimento foi devolvido por não atingir o número mínimo de assinaturas de senadores. Isso depois de quatro deles retirarem o apoio.

Assim, no mesmo dia em que Eurico ressurgiu no cenário nacional, morreu a esperança de investigação no Congresso sobre os gastos com o Mundial.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.