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Apoio de elenco e economia dão força a Kleina entre 'cardeais' palmeirenses

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30/10/2013 06h00

Reinaldo Canato/UOLRejeitado por grande parcela da torcida do Palmeiras e por parte dos dirigentes, Gilson Kleina ganhou o apoio de conselheiros tradicionais do clube.

Entre os defensores de sua permanência estão seguidores do ex-presidente Mustafá Contursi, integrantes do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização) e ex-diretores.

Um dos principais argumentos é o de que sua manutenção evitaria gastos exagerados com um treinador mais renomado. O clube luta para cortar despesas.

Há também o temor de que Vanderlei Luxemburgo seja contratado. Ele é considerado caro e em sua última passagem pelo clube foi acompanhado por um batalhão de jogadores com altos salários.

Outro ponto a favor de Kleina é o apoio demonstrado a ele por líderes do elenco. "Se você traz um treinador para ganhar mais do que ele, que já não ganha pouco, jogador vai querer aumento. É capaz de o vestiário fugir do controle", disse o conselheiro Roberto Frizzo.

"Kleina tem o vestiário na mão, não é preguiçoso, trabalhou com um elenco não tão qualificado e subiu com seis rodadas de antecedência. É um cara decente. Eu ficaria com ele", completou Frizzo, vice de futebol no ano passado, quando o técnico foi contratado.

A escassez de treinadores disponíveis que caibam no bolso do clube também faz o treinador atual ganhar adeptos.

"Contratar  medalhão não vai resolver, prefiro ficar com Kleina. Falam no  Dorival Júnior, mas ele só foi bem no Santos. Gostaria de ter o Cuca ou o Marcelo Oliveira, mas eles não vão sair de seus clubes.  Só acho que o Kleina deveria ter mais vibração em campo, ele fica quase parado, o jogador precisa de um técnico que passe essa energia. Mas isso ele consegue melhorar", disse Seraphim Del Grande, ex-diretor de futebol e ex-integrante do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização).

Há também quem use o argumento de que politicamente é melhor para Paulo Nobre manter o técnico do que trazer um mais caro. Gastar mais deixaria os "mustafistas" com a arma engatilhada e apontada para o presidente. Por enquanto, estão com o revólver na cintura.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.