Topo

Perrone

Dono da WTorre cogita parar obra de arena palmeirense e acionar arbitragem

Perrone

03/10/2013 06h00

Numa reunião em sua empresa, na sexta-feira passada, o dono da WTorre afirmou que fará mais uma tentativa de acordo com o Palmeiras. E que se não der certo ele pretende parar a obra do estádio do clube. Em seguida, Walter Torre levaria o caso para a Câmara de Comércio Brasil-Canadá, indicada no contrato para solucionar impasses entre as duas partes. O centro de arbitragem da instituição cuidaria do tema.

Dois altos funcionários da empresa, Rogério Dezembro, ex-dirigente palmeirense, e Nilton Bertuchi, participaram do encontro em que Torre afirmou estar disposto a tomar a atitude radical.

As cúpulas da construtora e do clube já se reuniram três vezes recentemente para tentar um consenso sobre divergências em relação ao número de assentos que o Palmeiras poderá negociar independente da parceira.

O clube entende ter direito a 35 mil das 45 mil cadeiras. Mas a empresa alega que o contrato dá a construtora o direito de alugar para os torcedores quantos assentos ela quiser. O ingresso é cobrado à parte. Segundo um dos envolvidos na discussão, a empresa entende que o contrato permite que ela cobre quanto quiser pelos bilhetes e repasse a quantia destinada ao Palmeiras com valor igual ao preço mais barato cobrado na temporada anterior.

Torre estaria disposto a repassar valores mais altos, numa demonstração de boa vontade.

 
O blog apurou que o impasse já preocupa executivos da Allianz, detentora dos naming rights do estádio e que procuraram a WTorre para saber sobre o assunto.

Na mesma reunião em que falou na possibilidade de paralisação das obras, o dono da construtora  queixou-se que só ele aceita ceder para encerrar o imbróglio.

No entanto, em outro gesto extremo, a empresa sugeriu que o Palmeiras encontre uma construtora disposta a assumir a obra. Torre chegou a dizer que aceitaria sair do negócio recebendo até R$ 50 milhões a menos do que investiu.

Por sua vez, cartolas do Palmeiras sustentam que o contrato apresentado pela empresa nas discussões é diferente daquele que foi aprovado em reunião do Conselho Deliberativo. Daí a recusa em aceitar o que está escrito nele.

Os dirigentes acreditam que deixar a maior parte das cadeiras nas mãos da construtora vai enterrar seu plano de sócio-torcedor.

Oficialmente, a WTorre nega existir um racha com o clube por causa das cadeiras.  Já o Palmeiras, respondeu, por meio de sua assessoria de imprensa que "as questões referem-se a assuntos internos que serão discutidos no foro adequado, não no Blog do Perrone".

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.