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Paulistinha esdrúxulo é fruto de preocupação política da FPF

Perrone

30/10/2013 15h29

Quanto maior a preocupação dos dirigentes com política, mais sofre a parte técnica das competições. Prova disso é o Campeonato Paulista de 2014, que tem o DNA do animal político Marco Polo Del Nero.

A fórmula esdrúxula em que clubes disputam vagas na segunda fase com times que não enfrentam não teria nascido se ao longo dos anos a Federação Paulista desse menos bola para o voto dos clubes e montasse uma primeira divisão enxuta. Manter a Série A com 20 clubes parece ser bom só para quem quer agradar ao maior número de eleitores possível. Mas despejar um monte de times na segundona poderia alimentar o surgimento de uma oposição forte.

Rebaixar numa canetada uns quatro clubes agora seria injusto e legalmente inviável. Porém, o mal deveria ter sido evitado durante os anos, dando ao campeonato o tamanho que ele necessita.

Os quatro grandes do Estado também têm culpa, pois há muito tempo deveriam brigar por um paulista com uma dúzia de times.

Estrago feito e regulamento assinado, os presidentes de clubes ficam proibidos de reclamarem no calor da disputa de eventuais injustiças provocadas pelo regulamento. Isso vale também para os treinadores. Protestem agora e digam se foram consultados por seus  chefes ou se calem para sempre.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.