Grêmio prevê corte de cerca de 50% de despesas no futebol em um ano
Enroscado com salários atrasados, o Grêmio planeja um drástico corte de despesas para 2014. Por conta do aperto vai priorizar jogadores das categorias de base. Os planos foram detalhados ao blog pelo presidente do clube, Fábio Koff.
Em um ano, o gasto mensal com a folha de pagamento do futebol deve cair quase 50%, de cerca de R$ 8 milhões mensais para entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões.
O dirigente assegura que em janeiro vai quitar os salários atrasados, sem risco de perder jogadores na Justiça. Os atletas falam em dois meses de atrasos em direitos de imagem e salários e pressionam a diretoria. Com 90 dias de não pagamento podem pedir na Justiça o desligamento do clube sem pagar indenização.
Leia os principais trechos da entrevista.
Atrasos
"Em janeiro devemos acertar os salários atrasados. O atraso é de um mês e meio e não corremos risco de perder jogadores na Justiça porque vamos pagar tudo. Estamos racionalizando as despesas."
Corte de gastos
"Já diminuímos muitas despesas e vamos diminuir mais, entre 20% e 25%. No começo do ano, nossa folha de pagamento era de quase R$ 8 milhões por mês, contando salários, direitos de imagem e também despesas com compras de direitos econômicos. Estamos fechando o ano com uma folha de pagamento no valor de R$ 6 milhões por mês. A ideia é ficar com algo entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões mensais."
Elenco para 2014
"Estamos apostamos muito na base. Já temos oito da base no time principal, vamos subir mais uns cinco ou seis. Isso não assusta porque na primeira Libertadores que ganhamos foi assim, valorizando a base. Nossa receita é menor desde o contrato com a [construtora] OAS pela arena, então temos que nos adaptar, precisamos gastar menos do que arrecadamos. Claro que vamos ter alguns jogadores experientes ao lado desses jovens. Vamos contratar, mas só jogadores que estejam sem vínculo, que não tenham custo para o clube em relação a direitos econômicos."
Parcerias com investidores
"Queremos parceiros, mas não especuladores. Porque quando o clube vai procurar um investidor para contratar alguém, ele sabe que tu não tens dinheiro e começa a especular. Fazemos parcerias em que tenhamos um mínimo estipulado dos direitos econômicos e cobramos direito de vitrine, que é a valorização alcançada pelo atleta por jogar no Grêmio."
Competitividade
"O time pode ser muito competitivo, mesmo sem o clube gastar muito. Hoje, existe muito equilíbrio entre as equipes. Então, o que ganha jogo é o preparo físico. Posso até queimar meus créditos com a torcida, mas sei que dá para fazer uma boa temporada."
Kléber e Barcos
" Existem interessados nos dois jogadores, mas nada concreto. O Grêmio é comprador e vendedor. Ouvimos propostas por todos os jogadores, ouviremos todas que aparecerem. Precisamos saber também se o Kléber, por exemplo, quer ficar no clube. Nós temos interesse em que fique."
Acordo com a OAS pela arena
Estamos renegociando contrato com a OAS porque o Grêmio é o único clube do mundo que paga para jogar em casa e fora de casa. Não temos receita de bilheteria. E se ganhamos, fica pior ainda porque temos que pagar bicho. Por isso, estipulamos que só premiamos jogadores se recebermos premiações nos campeonatos. É o único jeito. Fazemos agora por metas, repassando o prêmio dado ao clube. É melhor porque se tem que dar prêmio quando ganha o jogo, então tu pagas o salário para o jogador perder? Mas estamos perto de conseguir um contrato melhor com a OAS. Estamos negociando um espaço que não tínhamos para comercializar. Assim, vamos desembolsar menos do que desembolsamos hoje para jogar em casa.
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