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Falta de grana atrapalha até obra em ginásio corintiano

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23/01/2014 06h00

A falta de dinheiro no Corinthians prejudica até obras no Parque São Jorge. É o caso da reforma do ginásio do clube, com custo superior a R$ 1 milhão.

O local usado por diversas modalidades, como o futsal, teve a conclusão de suas obras ameaçadas depois de o departamento financeiro do clube avisar outras diretorias que não há mais dinheiro para pagar serviços no Parque São Jorge.

O blog apurou que o presidente Mário Gobbi  convocou diretores para uma reunião nesta quarta a fim de definir o que pode ou não ser pago.

No caso do Ginásio, estão sendo feitos trabalhos estruturais, além da troca do piso.

Torneiras fechadas significam pressão sobre o diretor financeiro, Raul Corrêa da Silva. Ele é criticado por conselheiros e até por gente da diretoria. Seus detratores lembram que o cartola se acostumou a alardear as gigantescas receitas do clube. E que agora o diretor comanda um rigoroso aperto de cintos. O blog telefonou para Raul durante esta quarta, mas seu celular estava desligado.

Recentemente, em entrevista à Espn, Raul admitiu atrasos em pagamentos a jogadores e explicou parte das dívidas pelo fato de o clube aparecer como devedor no Cadin (Cadastro Informativo de créditos não quitados do Banco Central). O problema impediu o recebimento de parcelas do antigo contrato com a Caixa e do novo, que não foi assinado por conta desse obstáculo.

A situação foi regularizada e até sexta deve ser assinado o novo acordo com a Caixa. Entrarão imediatamente na conta do clube cerca de R$ 6 milhões do patrocinador. Esse dinheiro somado a R$ 4,4 milhões da venda de Edenilson para a Udinese será suficiente para resolver as pendências com atletas, mas a situação continuará apertada.

Apesar de o imbróglio com o Cadin ser recente, os apuros financeiros acontecem pelo menos desde o segundo semestre do ano passado. Conforme apuração do blog, em setembro do ano passado o alvinegro pediu uma antecipação de cotas da Globo. A solicitação foi feita após o Corinthians ser procurado pela emissora para antecipar a renovação do contrato de transmissão dos jogos.

Na ocasião, o Corinthians discutiu a antecipação de aproximadamente R$ 12 milhões referentes ao contrato atual. Precisava da verba para acertar compromissos como prêmios pela conquista da Recopa, em julho.

No entanto, quatro meses antes de negociar o adiantamento, o alvinegro divulgou seu relatório de sustentabilidade com faturamento de R$ 358,5 milhões em 2012. Agora, conselheiros cobram a direção para explicar a mudança na maré.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.