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Gaviões deixa atletas corintianos divididos entre presidente e Ronaldo

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27/02/2014 15h47

Neste sábado, a Gaviões da Fiel desfila no sambódromo do Anhembi em busca de um título que não ganha desde 2003 e nem por isso chega a ser pressionada. A pressão fica para jogadores do Corinthians em relação a participar ou não do Carnaval da torcida.

É tradição um grupo de atletas reforçar a escola de samba da uniformizada. Mas, agora, sambar pela mesma agremiação que participou da invasão ao CT alvinegro e é acusada de agredir jogadores e funcionários pegará mal para o clube. Seria ficar na contramão do pedido oficial da diretoria para que sejam punidos os invasores. Há gente da uniformizada com mandado de prisão expedido e que pretende se apresentar à polícia depois do Carnaval. Ou seja, pode ocorrer a inusitada situação de um jogador sambar ao lado de um acusado de cometer crime contra o mesmo atleta.

A presença de atletas também ajudaria a minar o discurso do presidente Mário Gobbi de que o clube não tem relação com as torcidas. Além disso, autoridades de segurança pública já torcem o nariz para fatos como câmeras de vídeo do CT falharem no momento da invasão e Guerrero desmentir o presidente, afirmando que não foi agredido por torcedores.

Por outro lado, deixar de ir ao desfile significa desprestigiar Ronaldo, que ainda tem amigos no clube, como o goleiro Júlio César. O Fenômeno é o tema do samba da Gaviões e idolatrado por boa parte da boleiragem nacional. Em tempos de paz, certamente, ele seria um chamariz e tanto. Na realidade, virou, sem querer, causador de uma saia justa.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.