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Torcidas pequenas copiam no interior de SP violência das grandes

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25/02/2014 06h00

Três torcidas organizadas foram punidas pela Federação Paulista de Futebol em 2014. E todas são do interior do Estado, numa comprovação de que a violência das grandes uniformizadas se repete nas pequenas.

Uma das punidas é a Mancha Alvinegra, do Comercial, impedida de comparecer uniformizada nos estádios por 30 dias a partir de 13 de fevereiro. O caso lembra a invasão ao CT do Corinthians, pois também foi um episódio de fogo amigo. A uniformizada da equipe de Ribeirão Preto é acusada de tentar invadir o vestiário de seu time após a derrota por 2 a 1 para o Rio Claro. O jogo aconteceu em 1º de fevereiro, mesmo dia do vandalismo no Centro de Treinamento corintiano, mas horas depois.

As outras duas torcidas punidas em 2014 apoiam a Francana, da Série A-3 do Estadual. São elas Dragões da Veterana e Comando Alviverde. Ambas estão impedidas de entrar nos estádios com camisas, faixas e instrumentos desde o último dia 21. O castigo vale pelo menos até a apuração das ocorrências, segundo o site da FPF. Ambas são acusadas de ameaça e incitação à violência  ao tentarem invadir o gramado em jogos do time de Franca.

O site da FPF também registra que, no dia 19 de fevereiro, a Torcida Jovem do Penapolense foi liberada para voltar a usar seus uniformes nos estádios depois de uma punição aplicada no segundo semestre do ano passado. A organizada foi acusada de arremessar objetos e disparar rojões antes de jogo de seu time contra o Santo André em 2013.

"Todas as organizadas merecem preocupação. Existe uma tendência de brigas também nas torcidas pequenas porque elas estão copiando o que acontece de ruim aqui [na capital]", afirmou Marcos Marinho, responsável  na  Federação Paulista por segurança nos estádios, além de comandar a comissão de arbitragem.

"Estamos estendendo o cadastramento para organizadas de times de todas as divisões. Todas torcidas no Estado precisam estar legalizadas, com estatuto, CNPJ. Isso até dificulta para elas, porque quando você pede muitos documentos algumas desistem", completou Marinho.

Segundo ele, nenhuma organizada dos times grandes foi punida neste ano porque a Policia Militar da Capital pede para que não seja vetado uso de camisas das uniformizadas, pois sem as camisetas a identificação dos torcedores no estádio ficaria mais difícil. Algumas punições, como o veto às faixas, são aplicadas diretamente pela PM.  Já o entendimento do policiamento do interior é de que a federação deve continuar aplicando as penas de proibição ao uso de uniformes.

Marinho também afirmou que a FPF ainda não conseguiu colocar em prática o controle facial para a  identificação dos torcedores nos estádios por continuar procurando o sistema ideal e com preço viável.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

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