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Declaração de Mano dá munição aos que chamam técnico de 'chorão' e cartola

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21/03/2014 13h56

Após ser criticado por alfinetar o São Paulo, Mano Menezes deu mais munição para seus críticos no Corinthians depois de se classificar para a próxima fase da Copa do Brasil.

O técnico disse que "quando se tem R$ 60 milhões, como se teve na temporada passada, fica mais fácil. Quando se gasta muito em uma é mais difícil em outra"

Numa tacada só, a declaração deixa brecha para conselheiros descontentes com o treinador reforçarem duas queixas: a de que ele transfere responsabilidades e de que se interfere em assuntos da diretoria.

"Mais uma vez ele está transferindo responsabilidade. Pelo seguinte: quando ele veio para o Corinthians, ele sabia qual era a situação do clube, ou não? Se ele não sabia, ele foi enganado e tem que se acertar com o compadre [Mário Gobbi] dele. Além disso, parece que ele está querendo dizer que o presidente do clube contratou errado no ano passado", afirmou Rubens Gomes, ex-vice de futebol do Corinthians, ao ser procurado pelo blog.

Gomes, assim como outros conselheiros, havia criticado Mano quando o treinador deixou no ar crer ser possível o São Paulo ter perdido de propósito para o Ituano na tentativa de prejudicar o alvinegro. Na ocasião, a declaração foi vista como um "choro" de Mano na hora errada, pois seu time não conseguiu ganhar do Penapolense para manter viva as chances de classificação.

A nova declaração de Mano soa como uma ingerência na vida política do clube. Isso porque os diretores responsáveis pelo futebol corintiano no ano passado eram Roberto de Andrade e Duílio Monteiro Alves, ambos ligados a Andrés Sanchez. O grupo do ex-presidente está em guerra com Gobbi.

Por sua vez, o atual presidente apostou na contratação de Mano e na nomeação de Ronaldo Ximenes, que era seu assessor, para recuperar o time sem a participação dos aliados de Andrés.

Até agora não deu certo. O time foi eliminado na primeira fase do Paulista e Ximenes se afastou por problemas de saúde que dificultavam sua presença ao lado da equipe nos jogos. De quebra, Mano despertou a ira de conselheiros, não só com suas falas, mas também por ser visto por membros do Conselho como superpoderoso, com funções que deveriam ser só de dirigentes. O resultado é uma pressão ainda maior sobre Gobbi e a equipe.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.