Parceria entre Ronaldo e Corinthians vira alvo de ação na Justiça
Cerca de cinco anos depois de firmada, a parceria entre Corinthians e Ronaldo virou alvo de um processo na Justiça. Na última terça, Paulo Sérgio Pereira da Cruz Palomino entrou com uma ação em São Paulo por se sentir no direito de cobrar comissão das duas partes. Ele alega ter trabalhado para que clube e jogador assinassem contrato de patrocínio com a Hypermarcas. Quer 10% dos valores envolvidos.
Na inicial, Palomino pede a exibição dos contratos entre patrocinador, jogador e clube para calcular o montante a que acredita ter direito.
Ele afirma ter negociado com Fabiano Farah, agente de Ronaldo e que teria agido em nome do jogador, e Luis Paulo Rosenberg, responsável pelo marketing corintiano na ocasião e hoje vice-presidente do clube.
Rosenberg diz desconhecer o caso, assim como Luiz Alberto Bussab, diretor jurídico do alvinegro. Por sua vez, Farah nega que Palomino tenha participado da negociação com a Hypermarcas. Afirma que a transação foi feita diretamente com João Alves de Queiroz Filho, o Júnior, dono da empresa, e Claudio Bergamo, como CEO da companhia.
Na ação, Palomino alega que morava no Japão e chegou ao agente de Ronaldo depois de procurar o pai do jogador para ajudar um japonês que pretendia documentar a vida do Fenômeno.
Segundo ele, a ideia do documentário não avançou, mas Farah pediu ajuda para conseguir patrocinadores para melhorar o salário de Ronaldo, que ganharia 80% do valor arrecado com anúncios na manga e no calção do Corinthians. O empresário nega ter pedido ajuda e declara que Palomino se ofereceu para conseguir patrocínio, o que não aconteceu, segundo o agente.
Na ação, Palomino incluiu cópias de e-mails enviados ao endereço eletrônico de Farah. No dia 14 de janeiro, ele avisa que entrou em contato com duas empresas e cobra informações sobre os valores do patrocínio. Como resposta, recebe mensagem em que aparecem os preços de R$ 7 milhões anuais para a manga e de R$ 5 milhões para o calção.
No dia seguinte, Palomino pergunta por e-mail se poderia assinar um contrato para desenvolver o trabalho de prospecção de patrocinadores. Na resposta, em que aparece o nome de Farah, é informado que no momento da assinatura dos acordos de patrocínio sua empresa será indicada para receber 10% de comissão.
O autor da ação também exibe cópias de mensagens trocadas com funcionárias da Hypermarcas, nas quais apresenta a proposta de patrocínio. Em 11 de fevereiro, ele avisou Rosenberg, por mensagem, de que havia passado os contatos do dirigente para uma funcionária da Hypermarcas que, segundo Palomino, foi designada pelo dono da empresa para tratar do assunto. O cartola respondeu apenas "valeu". Ao blog, Farah negou que essa funcionária tenha participado das reuniões sobre a negociação.
Palomino diz ainda que ficou surpreso ao ver, em abril de 2009, Ronaldo entrar em campo contra o Palmeiras com patrocínio de uma das empresas da Hypermarcas na manga. Relata que tentou receber sua comissão de Rosenberg e Farah, mas não conseguiu. Declara que o agente afirmou que para ter direito a receber algo, ele precisaria de um reconhecimento formal da Hypermarcas de que representava a empresa e que não representou Ronaldo na transação.
Um dos envolvidos na negociação com a Hypermarcas disse ao blog que a iniciativa responsável pelo patrocínio foi do fotógrafo André Schiliró, amigo do dono da empresa, que viu a foto de Ronaldo, por acaso, num restaurante ao lado de uma embalagem de adoçante da Hypermarcas. E que Palomino não teve participação na negociação.
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