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Paulista chega à final após ter ao menos 13 casos de polícia com torcedores

Perrone

31/03/2014 15h58

A julgar pela quantidade de ocorrências de violência registradas durante o Campeonato Paulista, as autoridades de segurança pública devem estar aliviadas com uma final sem clássicos, entre Santos e Ituano.

Se bem que a torcida do litoral é acusada de brigar até em jogo com time do interior, como afirma a diretoria do Penapolense. Os alvinegros são acusados de invadir o camarote em que cartolas de Penápoles estavam com familiares na semifinal do último domingo, na Vila Belmiro.

Os santistas estão entre os torcedores que mais se envolveram em confusões ao longo da competição. De acordo com levantamento do blog, foram ao menos 13 registros de brigas e confusões envolvendo torcedores de diferentes agremiações desde o início do Paulista, em 18 de janeiro.

Além do caso diante do Penapolense, os seguidores do clube do litoral brigaram com palmeirenses em Santos, fora da Vila, no dia do clássico entre os dois times no final da primeira fase e lutaram na estrada com torcedores do São Paulo, antes de as equipes se enfrentarem  no Morumbi. No mesmo dia, um membro da Torcida Jovem santista morreu numa emboscada armada por torcedores com a camisa do Tricolor.

A torcida do São Paulo também teve vítimas. Após a eliminação nas quartas-de-final, diante do Penapolense, três são-paulinos foram agredidos em frente à estação Luz do metrô. Os agressores não foram identificados.

Os corintianos aparecem como protagonistas em pelo menos três casos: invasão do CT do clube após a goleada para o Santos, briga com a PM no jogo contra o Bragantino depois que torcedores organizados hostilizaram quem cantava para apoiar o time e outro tumulto com a PM do lado de fora do Pacaembu, no duelo com o Palmeiras, com um integrante da Gaviões da Fiel detido.

No mesmo clássico, um policial civil, que seria segurança de Valdivia, exibiu uma arma dentro do estádio ao deter um corintiano acusado de ofendê-lo, sem saber que o desafeto era da polícia. Antes dessa partida, sete integrantes da Mancha Alviverde foram detidos portando "instrumentos usados para a prática de violência", segundo a PM.

Os palmeirenses têm aterrorizado os dirigentes do próprio time, desde que as organizadas perderam benefícios, como receber ingressos para vender em suas sedes.  O escritório que vende bilhetes para o programa de sócio-torcedor do clube foi alvo de vandalismo durante a comercialização de entradas para o jogo com o Santos. Em outro episódio, um palmeirense, ligado a grupo político alinhado com a diretoria, foi agredido por torcedores do time na saída da Vila Belmiro.

O vandalismo contra o próprio clube não foi só por parte de palmeirenses e corintianos. A Mancha Alvi Negra, do Comercial de Ribeirão Preto, foi acusada de tentar invadir o vestiário de sua equipe após derrota em casa para o Rio Claro, por 2 a 1, e acabou suspensa pela Federação Paulista. Punição, aliás, que tem se mostrado ineficiente no combate aos vândalos.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.