Conselho corintiano está no 'escuro' para votar novo empréstimo para arena
Até a publicação deste post, os conselheiros do Corinthians não haviam tido acesso a documentos ou detalhes sobre o novo aumento no valor do contrato para a construção do estádio alvinegro. E nem a respeito do financiamento de até R$ 350 milhões que o clube deve fazer justamente para cobrir despesas com a obra.
O caso preocupa porque, no sábado, o Conselho Deliberativo se reúne no estádio para decidir se autoriza o empréstimo. Provavelmente não será possível estudar o assunto com antecedência.
Conselheiros incomodados com a falta de informações gostariam de ler o contrato do novo financiamento para conhecer, principalmente, os juros e as garantias a serem dadas pelo Corinthians.
"Tudo vai ser feito na hora. Porque o empréstimo ainda foi feito, não tem nada concretizado. Basicamente, acredito que as garantias devem ser as mesmas que já foram dadas porque o que já foi dado supera o valor tomado pela construtora na época", disse Ademir Carvalho Benedito, presidente do Conselho Deliberativo do clube.
Mas a queixa não é em relação só à documentação dessa operação. A insatisfação é referente a praticamente tudo que envolve o estádio. Cinco conselheiros da oposição e três da situação afirmaram ao blog que só Andrés Sanchez, diretor responsável pelo o estádio, sabe o que acontece em Itaquera. Eles não têm acesso a documentos e detalhes. Só são informados por meio de explicações dadas por Andrés, esporadicamente, no Conselho Deliberativo, mas sem a apresentação da papelada que justifique os gastos, por exemplo.
Por isso, o projeto da arena é chamado de caixa-preta pelos descontentes. Eles também, querem explicações palpáveis sobre o estouro no orçamento. Antes de a abertura da Copa entrar nos planos, o projeto da diretoria era ter um estádio que custasse R$ 350 mil. Depois o preço pulou para R$ 820 mil e agora já supera R$ 1 bilhão.
Se já existem reclamações pela falta de informações, a situação poderia ser pior não fosse o presidente Mário Gobbi ter batido o pé para fazer a reunião do próximo sábado. Ele agiu na contramão de Andrés, que pensava em pedir autorização apenas para o Cori (Conselho de Orientação). O estatuto não diz que o novo empréstimo precisa da aprovação do Conselho Deliberativo.
Para aliados de Gobbi, o presidente quis dar uma satisfação aos conselheiros e mostrar que Andrés não pode decidir tudo sozinho, como se fosse dono da arena. Mas, entre opositores há a tese de que Mário pode estar interessado apenas em dividir a responsabilidade com o Conselho Deliberativo.
A reunião fez com que um dos principais grupos de oposição se reunisse na noite desta quarta para estudar o que fazer em relação ao empréstimo. Essa ala tem entre seus líderes Antonio Roque Citadini, ex-vice-presidente de futebol, Fran Papaiordanou, um dos vice-presidentes da Federação Paulista, e Paulo Garcia, que já foi candidato à presidência corintiana. A tendência é de que a maior parte desse grupo não compareça à reunião de sábado, ignorando o assunto por falta de informações e deixando a responsabilidade para Gobbi e Andrés.
Também nesta quarta, o conselheiro Romeu Tuma Júnior fez campanha em sua contra no Facebook contra a aprovação do empréstimo. Pela maioria que a situação tem no Conselho Deliberativo, é quase impossível o financiamento não ser aprovado.
Andrés não fala com o blog, por isso não foi ouvido sobre o tema.
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