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Após briga, plano para cobrir Morumbi emperra por falta de investidores

Perrone

17/05/2014 06h00

O projeto para cobrir o Morumbi sofreu um novo baque. Segundo cartolas do São Paulo, a Lacan, consultoria responsável por captar investidores para empreitada, explicou que ficou difícil encontrar interessados. Isso depois de a votação para aprovar da operação ser boicotada duas vezes pela oposição no Conselho Deliberativo.

Agora a proximidade com as eleições estaduais e federais também dificulta a captação de recursos. São necessários cerca de R$ 400 milhões para a obra, que também inclui uma arena para shows na parte interna do estádio e dois estacionamentos.

Numa reunião na última terça-feira, devido às dificuldades, diretoria e oposição concluíram que não adianta reunir o Conselho Deliberativo pela terceira vez para discutir o assunto, como queriam membros da oposição. A menos que o cenário mude e apareçam investidores, a tendência é o plano ficar na gaveta até depois da eleição. O primeiro turno será em 5 de outubro e o segundo no dia 26 do mesmo mês.

O projeto já havia perdido a construtora Andrade Gutierrez, que saiu alegando desgaste provocado por críticas de opositores.

Os situacionistas mais irritados falam em colocar um painel no estádio com o nome dos oposicionistas e a inscrição: "Esses são os que impediram a modernização do Morumbi". A ideia, no entanto, não deve vingar.

Por sua vez, a oposição alega que boicotou as reuniões impedindo que o quórum previsto no estatuto fosse atingido por não ter visto todos os documentos sobre o projeto.  A diretoria afirma que mostrou tudo o que foi pedido. Os opositores também discordam de alguns pontos. Parte deles diz também que a direção não tem parceiros e joga neles a culpa por isso.

Independentemente de encontrar investidores, a cúpula do São Paulo segue disposta a mudar o estatuto reduzindo o quórum para reuniões como as esvaziadas pela oposição. Ele cairia de 75% para 50% mais um conselheiro.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

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