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Joana incomoda cúpula da CBF, mas segue intocável por ser filha de Teixeira

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29/05/2014 06h00

Joana Havelange, diretora do COL, desagradou a cúpula da CBF ao compartilhar no Instagram nota em que está escrito: "não vou torcer contra [a Copa], até porque o que tinha que ser gasto, roubado, já foi".

A atitude da filha de Ricardo Teixeira, revelada pelo Blog do Juca Kfouri, foi na contramão do esforço que a CBF e a comissão técnica da seleção brasileira fazem para que a onda de protestos contra a Copa não afete a simpatia dos torcedores pelo time nacional. Afinal, o episódio só jogou mais lenha na fogueira.

Três presidentes de federações estaduais próximos do comando da CBF ouvidos pelo blog avaliaram como um tiro pela culatra a atitude da dirigente do Comitê Organizador Local. Afirmaram que ela quis defender o Mundial no Brasil e a seleção, mas falou, na opinião deles, algo que só se pode pensar, nunca tornar público.

A nota divulgada pela neta de João Havelange também prega que o protesto seja feito nas próximas eleições, nas urnas. Só que evitar se meter na disputa eleitoral é desejo da CBF, presidida hoje por José Maria Marin, chefe dela no COL, e a partir do ano que vem por Marco Polo Del Nero.

Mas apesar do desconforto, nada drástico deve acontecer, pois atropelar Joana seria comprar briga com o pai dela. Ganhar a inimizade de Teixeira seria desastroso para Marin e Del Nero.

Nesse cenário, o nariz torcido da dupla de cartolas é o menor dos problemas da dirigente do COL, alvo de uma representação do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ). Veja abaixo o documento que ele protocolou no MP do Rio.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.