Lobby na Câmara funciona para CBF, mas nem tanto para clubes
De novo, a CBF demonstrou força na Câmara dos Deputados. Fez eficiente lobby, deu um passo importante para conseguir o que ela quer, mas não ajudou aos clubes na mesma proporção.
Por sua vez, os clubes colaboraram com a CBF. Entregaram um documento assinado por Vilson Ribeiro de Andrade, presidente do Coritiba e líder da comissão de dirigentes que trata do projeto de lei sobre dívidas fiscais, pedindo a retirada do artigo que cria uma taxa de 5% sobre as receitas de patrocínio da confederação. O dinheiro seria usado para formação de atletas nas escolas públicas.
Só que os cartolas não conseguiram tirar do projeto o artigo que impede a antecipação de receitas que extrapolem o mandato de uma diretoria. A medida causa arrepio na cartolagem, mas o rolo compressor que ajudou a CBF não salvou os clubes dessa, ao menos por enquanto.
"Isso é uma intervenção indevida nos clubes. Quem pode definir sobre antecipação de receitas são os estatutos e os conselhos dos clubes. Esse artigo é inconstitucional", disse o presidente do Coritiba ao blog.
Resta aos dirigentes esperar que haja contra a medida um lobby da CBF tão demolidor como para evitar o beliscão no dinheiro da entidade, que ainda poderia ficar sujeita à fiscalização dos órgãos públicos de controle.
O trabalho foi comandado por Vandenbergue dos Santos Machado, diretor de assessoria legislativa da CBF. A pressão foi tanta que o projeto que trata do débito das equipes ficou ameaçado de não sair, assim a entidade não seria afetada. Na última terça, a comissão especial que votaria a proposição para encaminhá-la ao plenário não se reuniu por falta de quórum, num efeito do trabalho da confederação. E ela só deve se reunir na próxima terça porque a medida que desagrada a CBF será retirada.
Até o presidente da Câmara, Herinque Alves (PMDB-RN), entrou na questão, sinalizando à comissão especial que cuida do projeto ser melhor tentar transformar a taxação às receitas da CBF e outros temas numa segunda lei, caso contrário o financiamento das dívidas não conseguiria aprovação na casa.
Já os clubes negam terem sido orientados pela CBF para trabalhar na retirada do artigo contra à confederação. "Pedimos a separação porque, no entender dos clubes, outros assuntos que não têm a ver com o parcelamento da dívida tornariam inviável a aprovação da lei em função de uma série de polêmicas", declarou o presidente do Coritiba. O projeto prevê o pagamento dos débitos integrais em 25 anos. O perdão da dívida está descartado.
Além de manter o artigo que limita a antecipação de receitas, o deputado Otávio Leite (PSDB-RJ) crê que ainda conseguirá aprovar a lei que taxa a CBF. "É como uma partida de futebol. Será preciso vencer no primeiro tempo e no segundo. É uma oportunidade que não pode ser desperdiçada de mexer nas estruturas do futebol", disse Leite ao blog.
Procurada, a assessoria de imprensa da CBF não respondeu até a publicação deste post.
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