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Marin mostra irritação com falhas da seleção, e ministro só ouve

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18/06/2014 06h00

Da tribuna de imprensa do Castelão era possível observar o presidente da CBF e do COL (Comitê Organizador Local), José Maria Marin, ao lado do ministro Aldo Rebelo, durante Brasil x México.

Mais preocupado com a seleção do que com o COL, como ele mesmo já deixou claro, Marin demonstrou irritação com erros do time. Principalmente nas finalizações.

Na maioria dos lances que davam em nada, ele gesticulava e falava no ouvido do ministro em tom irritado.

Mas o cartola também mostrou insatisfação com falhas de marcação. Depois de uma das defesas de Júlio César no segundo tempo, Marin esbravejou para o ministro, que, como fez na maior parte do jogo, não respondeu. Aldo usava um fone de ouvido e por algumas vezes prestou mais atenção no celular do que na partida.

Também no segundo tempo, o cartola reclamou de um lance desperdiçado por Jô. Com as mãos fez um sinal como se pedisse mais calma do atacante antes de chutar a gol. Dessa vez, no entanto, Rebelo balançou a cabeça, sinalizando concordar.

Ao final do jogo, Marin se levantou e abriu os braços como quem diz: "Fazer o quê?". Pegou duas bandeirinhas do Brasil que tinha deixado no chão e saiu carregando também um cachecol verde e amarelo usado no primeiro tempo.

Apesar de mostrar irritação com o desempenho da equipe nacional, Marin disse, na saída do estádio, ao blog: "Gostei do jogo, gostei do jogo". "Poderíamos ter vencido", afirmou Rebelo, um dos três ministros que foram ao estádio. Vinicius Lages (Turismo) e José Eduardo Cardozo também estavam presentes.

Pouco depois de Marin entrar no carro, Alexandre Silveira, secretário da presidência da CBF desde os tempos de Ricardo Teixeira, deu um pequeno show gritando com uma segurança por causa da demora para liberar três carros de dirigentes. Num gesto de irritação e de falta de educação, Alexandre resolveu jogar fora as chaves do hotel em que ficou em Fortaleza. Apesar de estar a poucos metros de uma lixeira, arremessou com força os cartões do quarto 1004 do Hotel Grand Marquise no chão. Neles estava escrito "Silveira".
Atualização
Após a publicação do post, Marin disse por meio da assessoria de imprensa da CBF que gesticulou reclamando das defesas do goleiro mexicano, não por causa do ataque brasileiro. O blog mantém as informações.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.