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Pedido de Felipão deixa Dilma em saia justa

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01/06/2014 06h00

Ao convidar publicamente Dilma Rousseff para visitar a seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari deixou a presidente numa saia justa. Se aceitar o apelo de Felipão, feito em entrevista na Fox Sports, ela correrá o risco de se encontrar com José Maria Marin, de quem tem mantido distância.

O presidente da CBF e do COL (Comitê Organizador Local da Copa) até agora só apareceu uma vez na Granja Comary, mas é natural que faça as honras da casa se Dilma aparecer. E mesmo que Marin não esteja lá, o acerto da visita exige uma relação formal com a entidade comandada por ele. O cartola sofre rejeição no Palácio do Planalto por ter sido ligado à ditadura militar em seus tempos de político.

Além disso, Dilma se aproximou do Bom Senso FC, movimento que enfrenta a CBF. O chefe da delegação da seleção brasileira é Vilson Ribeiro de Andrade, presidente do Coritiba e líder das reivindicações da confederação em Brasília.

Antes de Scolari manifestar o desejo de que a presidente se aproxime da seleção, Dilma havia dito que tinha vontade de encontrar o time nacional, mas afirmou que não faria uma visita por entender que a delegação precisa de tranquilidade.

Não havia nem previsão de que ela participasse de uma videoconferência com os jogadores, como Lula fez antes da Copa de 2006.

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República disse ao blog que espera ter mais informações sobre a participação de Dilma na Copa do Mundo a partir da próxima segunda.

Por enquanto, só é oficial a previsão de que a presidente assista ao jogo entre Alemanha e Portugal, em Salvador. Ela ficará sentada entre Angela Merkel, chanceler alemã, e Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro de Portugal.

Dilma também deve assistir à partida de abertura do Mundial entre Brasil e Croácia, dia 12 de junho, em São Paulo, mas sua presença ainda não é confirmada oficialmente.

Distante de Marin, Dilma iniciou na Copa das Confederações, durante o auge dos protestos contra o Mundial no país, um processo de aproximação dos jogadores da seleção por meio das redes sociais. Para isso, ela não precisa aparecer ao lado de Marin.

O contato com os jogadores é também uma maneira positiva de a presidente se associar ao Mundial em meio às críticas sobre os gastos governamentais com a competição privada.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.