Futuro presidente da CBF terá inimigos fortalecidos após vexame
O homem que terá a missão de comandar as mudanças na seleção brasileira após o vexame na semifinal da Copa do Mundo diante da Alemanha passou boa parte do segundo tempo do jogo de cabeça baixa, sem ver a partida. Marco Polo Del Nero, que vai assumir a CBF em abril do ano que vem, mas que já ajuda José Maria Marin a administrar a entidade, manuseava o celular, em alguns momento do jogo em que o Brasil foi humilhado.
Poucas vezes durante a partida esboçou reação. Passou a maior parte dos 90 minutos na tribuna lotada de dirigentes da Fifa sem falar com ninguém. Quando os alemães já tinham enfiado seis gols, Del Nero foi consolado por um dos cartolas da entidade internacional, que agradou seu ombro.
O brasileiro, porém, não demostrava abalo. Diferentemente de Marin, que parecia atordoado com os gols alemães, gesticulando e reclamando menos do time do que em jogos anteriores. Tomar de 7 a 1 deve ter sido um baque e tanto para Marin que horas antes do jogo saiu do hotel em Belo Horizonte dizendo que "nos veremos no Rio", local da final. Um pesadelo para a dupla que apostou todas as fichas na manobra de trocar Mano Menezes por Felipão.
Ao menos os dois dirigentes têm outra manobra para comemorar. A antecipação da eleição para a presidência da CBF, que foi feita antes da Copa. Eleito, Del Nero só assume em abril de 2015. Se tivesse que pedir votos depois do vexame no Mundial em casa, hoje estaria num apuro ainda maior.
Além de reconstruir a seleção, o dirigente terá que se defender dos ataques do Bom Senso FC e de um provável bombardeio vindo de Brasília. Dilma Rousseff já manifestou apoio ao movimento organizado por jogadores, que certamente terá novos argumentos após a tragédia do Mineirão. A presidente acenou com mudanças na legislação que podem desagradar a cartolagem. O vexame histórico em BH deve dar mais apetite para Romário pedir a CPI da CBF. E ainda tem a candidatura do principal inimigo político de Del Nero, Andrés Sanchez, a deputado federal.
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