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Oposição corintiana fica sem respostas sobre compra de Pato após denúncias

UOL Interação

18/07/2014 02h12

 

No dia 20 de maio, sete conselheiros do Corinthians enviaram ao presidente do clube, Mário Gobbi, um pedido de esclarecimentos sobre a contratação de Alexandre Pato. O grupo alegou que recebe constantes denúncias sobre as contratações de jogadores feitas pelo alvinegro e que sua intenção é esclarecer os fatos para que possa responder a "especulações que só tumultuam e denigrem a atual gestão".

Cerca de dois meses após o envio das questões, no entanto, nenhuma delas foi respondida. Os opositores querem saber qual foi o valor pago, quem recebeu comissões e qual a forma de pagamento. Entre os signatários do documento estão Antonio Roque Cidadini, ex-vice de futebol, e Paulo Garcia, candidato à presidência na última eleição.

O blog apurou que o grupo decidiu fazer as perguntas depois de ouvir de dois dirigentes que o Corinthians poderia ter pago 10 milhões de euros por Pato, que acabou custando 15 milhões de euros.

A primeira negociação para trazer o atacante foi conduzida por Luis Paulo Rosenberg, quando Andrés Sanchez era o presidente corintiano, mas não deu certo. Depois que Mário Gobbi assumiu a presidência a compra foi fechada sem a participação dele. Indagado pelo blog se o preço subiu após sua saída das tratativas, Rosenberg respondeu: "Não seria justo afirmar isto. O que sim se pode dizer é que eu iniciei a negociação com o Gilmar Veloz [empresário de Pato], e falávamos de dez milhões de euros por 100% do jogador. Isto ainda na gestão do Andrés. A operação foi fechada ao final de 2012, sem meu envolvimento. Mas, o mercado muda, talvez na época o melhor que se poderia fazer é o que foi feito", respondeu Rosenberg. Vice-presidente do clube, ele deixou claro que nunca chegou a estar fechado o preço de 10 milhões de euros.

O blog indagou a Gobbi, por meio de sua assessoria de imprensa sobre a afirmação dos conselheiros de que não receberam resposta sobre a negociação. O presidente disse que entregou tudo o que a oposição pediu, mas que não se lembra de um pedido específico sobre a compra de Pato. Os opositores também fizeram questionamentos sobre o balanço corintiano. "Mas já está autorizado que eles procurem o diretor jurídico, Luiz Alberto Bussab, para que lhes apresente todos os documentos dessa transferência", afirmou Gobbi.

Por sua vez Bussab declarou: "Não temos nada para esconder. É só ligarem aqui e marcarem um dia. Mostramos tudo que quiserem".

As perguntas também foram enviadas a Alexandre Husni, presidente do Cori (Conselho de Orientação) e Ademir de Carvalho Benedito, presidente do Conselho Deliberativo. Ambos afirmaram não se lembrarem de terem recebido as questões sobre Pato. O pedido foi endereçado com cópia aos dois.

Leia abaixo o documento com as perguntas dos conselheiros sobre a compra de Pato, hoje emprestado ao São Paulo.

 

 

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.