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Seleção encerrou Copa com um vexame por dia desde semifinal

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14/07/2014 01h30

Desde o jogo com a Alemanha, a seleção brasileira protagonizou um vexame por dia em sua despedida da Copa do Mundo, a começar pela goleada de 7 a 1 sofrida no Mineirão, a maior da história do time nacional.

Um dia depois da partida, uma quarta-feira, Luiz Felipe Scolari e Carlos Alberto Parreira deram uma entrevista vexaminosa na qual o treinador atribuiu a derrota a seis minutos de apagão, ignorando problemas táticos e falhas na preparação. Parreira também se destacou ao ler a carta de uma torcedora, apresentada apenas como dona Lúcia, em apoio ao time nacional. A entrevista virou motivo de piadas por parte dos jornalistas.

Na quinta, o vexame foi protagonizado por José Maria Marin, presidente da CBF e do COL (Comitê Organizador Local). Ele foi à Granja Comary, mas não deu entrevista coletiva para falar sobre o fracasso e contar seus planos para o futuro da seleção. Enquanto o cartola se calou, Neymar, 60 anos mais novo do que o dirigente, concedeu entrevista coletiva e se saiu melhor do que Parreira e Felipão no dia anterior.

E não é que teve mais no dia seguinte. Felipão, Thiago Silva e o assessor de imprensa Rodrigo Paiva bateram papo diante de uma câmera de TV instalada em local autorizado pela Fifa e que captou o áudio ouvido na sala de imprensa do Mané Garrincha. Na conversa, Felipão disse, para espanto geral, que a seleção poderia ter feito quatro gols no segundo tempo do jogo com a Alemanha.

No sábado, veio a partida com a Holanda. De novo, a seleção passou vergonha ao perder de 3 a 0 e completar dez gols sofridos em dois jogos. Deixou a Copa com 14 gols tomados em sete jogos. Média de dois por partida.

Além disso, a disputa pelo terceiro lugar rendeu uma das imagens mais marcantes da segunda versão da família Scolari. Neymar, Hulk e Marcelo levantaram do banco de reservas e orientaram seus companheiros, deixando para trás Felipão, em pé e também falando com os atletas. Foi o ponto final de cinco dias seguidos de vexames e que encerraram de maneira melancólica a participação brasileira no Mundial em sua casa.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.