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Dunga quer 'soldadinhos de chumbo', e até helicóptero de Neymar corre risco

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04/08/2014 09h59

 

A nova comissão técnica da seleção brasileira quer comportamento padronizado por parte de seus jogadores durante os períodos de convocação. A ordem é para os que quiserem inovar no visual ou tomar outras iniciativas que chamem atenção façam isso antes do período em que estiverem no time nacional.

Para que Dunga tenha sob seu comando um grupo semelhante a um exército de soldadinhos de chumbo, a atual cartilha entregue aos atletas será reformada. O novo manual ainda não foi feito porque estão em análise os relatórios deixados por Felipão e seus auxiliares. Esses documentos darão a Dunga e ao coordenador de seleções Gilmar Rinaldi melhor ideia do que aconteceu durante a Copa do Mundo deste ano.

Neymar foi quem mais abusou de ações individuais. Estreou chuteira nova, usou boné personalizado e pintou o cabelo de loiro, juntamente com o amigo Daniel Alves. Dunga, em entrevista ao "Fantástico", disse que se já estivesse na seleção teria pedido para que os dois mudassem o visual antes ou depois do Mundial.

A tendência também é que a presença de familiares à concentração seja mais rara com Dunga no comando. E na esteira da padronização da seleção até o helicóptero de Neymar, com as iniciais do jogador estampadas, corre risco de sumir do ambiente do time nacional. Durante a Copa, ele pousou numa casa ao lado da concentração para desembarcar amigos do atacante, provocando alvoroço entre cinegrafistas e fotógrafos. A cena não combina com o que Dunga quer para o seu time. Está em estudo se o jogador será orientado a evitar o uso da aeronave ao lado da concentração na Granja Comary.

Não é demais lembrar que nada que Neymar fez durante a Copa havia sido vetado pela comissão técnica.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.