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Inacabado, Itaquerão 'perde' ao menos R$ 12,5 mi por mês e encarece entrada

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06/08/2014 06h00

Projetado para render cerca de R$ 300 milhões por ano ou R$ 25 milhões mensais, o estádio do Corinthians deve gerar estourando R$ 12,5 milhões por mês, em média, em 2014, pelas contas de integrantes do estafe que trabalha na arena. Nos cinco jogos realizados até agora na nova casa corintiana foram arrecadados R$ 8. 342.575,95.

A receita encolhida acontece principalmente porque o estádio está operando inacabado, pois várias instalações eram incompatíveis com as exigências da Fifa e só agora começam a ser preparadas.

Assim, a arena por enquanto depende praticamente apenas da receita de bilheteria para se sustentar. Vale lembrar que o financiamento de R$ 400 milhões feito pelo BNDES, via Caixa Econômica, para a construção do estádio só deve começar a ser pago no ano que vem, já que existe um período de carência.

A falta de outras fontes de receita joga para cima o preço dos ingressos. A cobrança de torcedores por uma redução no valor das entradas dos jogos do Corinthians foi um dos motivos que levaram Andrés Sanchez a anunciar que se afastará da administração da arena a partir do próximo dia 18, véspera do início da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV. Certamente enfrentar essas manifestações não seria saudável para sua campanha a deputado federal.

Uma das fontes de recursos que ainda não foi ativada é a visitação à arena. A expectativa é de que o tour no estádio gere até R$ 40 milhões anuais. Estacionamento completo, restaurante, centro de convenções e camarotes também ainda não estão disponíveis. Os naming rights, avaliados em cerca de R$ 30 milhões anuais, não foram negociados.

Para aumentar os problemas, nos dois primeiros jogos em Itaquera após a Copa do Mundo o setor oeste ainda estava com quatro mil assentos a menos porque as bancadas feitas para imprensa durante o Mundial não tinham sido desmontadas.

Apesar das limitações, a avaliação dos que trabalham no estádio é de que financeiramente ele vai muito bem. Suas receitas nos primeiros jogos superaram os gastos com manutenção, que são de aproximadamente R$ 3 milhões por mês.

O preço dos ingressos na última partida na arena, o clássico diante do Palmeiras, variou entre R$ 25 e R$ 400, de acordo com o borderô da partida. Isso contando meia-entrada e descontos dados no programa de fidelidade do alvinegro.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

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