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Palmeiras repete time que caiu em desempenho e discurso

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31/08/2014 11h02

Com a derrota para o Internacional, neste sábado, o Palmeiras acumulou 11 jogos perdidos no Brasileirão. É o time com maior número de resultados negativos na competição. Mas, diferentemente de outros anos, a torcida apoiou a equipe até o fim, como já havia feito em partidas recentes. Nada de vaias ou tentativas de agressão que fragilizaram o elenco no passado.

Se o comportamento da torcida não lembra as atitudes tomadas por parte dela em 2012, quando o alviverde foi rebaixado pela última vez, o desempenho do time cada vez mais se assemelha com o da equipe rebaixada. A comparação entre as duas performances ajuda a medir o risco da nova queda.

Em 18 jogos, faltando um para o final do primeiro turno, o Palmeiras atual registra a metade das 22 derrotas acumuladas pelo alviverde em 2012. Atualmente venceu cinco jogos. Em 2012 foram nove triunfos no campeonato inteiro.

A média de gols levados nas duas campanhas também é semelhante. Após a derrota para o Inter, o Palmeiras terminou o sábado com a pior defesa do Brasileirão: 24 gols tomados. Média de 1,3 por jogo. Em 2012, foram 54 bolas na rede alviverde em 38 partidas, ou 1,4 por apresentação. No ataque, a média de 2014 é pior do que a de 2012: 0,7 gol marcado por partida contra 1,02.

Não é só o desempenho das duas equipes que se assemelham. As justificativas para os maus resultados também são parecidas.

"Qualidade não, qualidade nós temos. Animicamente, sim. Levamos gols que se pode evitar. Isso mina a confiança, o time sofre. Reconheço o Inter como grande time, mas há gols que são evitáveis", disse Ricardo Gareca ao comentar a derrota diante do Inter.

Em novembro de 2012, Gilson Kleina explicou assim o empate em 2 a 2 com o Botafogo: "O sentimento é de que se o Palmeiras não estivesse nessa situação golearia o Botafogo, com todo respeito. Não iria acelerar, não iria querer definir a qualquer momento, teria mais tranquilidade na última bola. Essa situação faz a gente perder um pouquinho de calma na hora do arremate".

Ou seja, tanto na queda consumada como no atual risco de rebaixamento, a fragilidade emocional leva a culpa pelo fraco rendimento.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.