Torcidas driblam polícia ao trocar rede social por rádio para marcar brigas
Marcar brigas pela internet é coisa do passado para as torcidas organizadas. Os confrontos passaram a ser combinados em celulares que funcionam também como rádios de comunicação, de acordo com informações da polícia e do Ministério Público de São Paulo.
"A informação que eu tenho, de alguns meses, passada pela polícia, é essa. As torcidas estão usando rádio para marcar brigas. Isso não impossibilita a ação policial, mas dificulta mais", afirmou ao blog o promotor Roberto Senise Lisboa.
As redes sociais vinham sendo monitoradas por policiais, por isso deixaram de ser seguras para as uniformizadas. Assim, os rivais passaram a se comunicar por rádio. Pelo código de procedimento das organizadas, em briga marcada e sem armas de fogo não há traição.
Só em 14 dias de agosto foram três grandes confrontos: santistas x corintianos, palmeirenses x corintianos e são-paulinos x santistas. Um palmeirense morreu no duelo com torcedores do Corinthians.
A batalha entre santistas e corintianos, em volta da Vila Belmiro, é a que tem mais indícios de ter sido combinada previamente. Os dois lados se encontraram já armados de pedaços de pau. Pouco menos de uma hora antes de o jogo começar, aconteceu perto do local da briga o que parecia ser um julgamento de corintianos que teriam corrido dos santistas. Uma roda se formou e um dos torcedores, gritando com os demais, agrediu dois deles, que não reagiram, como se aceitassem a punição. Em seguida, a polícia militar dispersou a roda com violência, mas não deteve ninguém.
"Fora do estádio, a violência aumentou, mas dentro está sobre controle. Agora, a torcida do Santos que não tinha histórico muito grande começou a se envolver mais em brigas. Além das tradicionais que se envolviam em brigas, temos mais uma", afirmou Senise.
Apesar dos três confrontos, até o final da tarde de ontem a Federação Paulista ainda não havia recebido informações da Polícia Militar que permitissem sanções como o veto aos brigões nos estádios. O Ministério Público também espera informações para definir quais medidas adotará.
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