Após quitar parte de imposto, Corinthians sofre para pagar parcela de Elias
O Corinthians está em busca de 1 milhão de euros (R$ 2,9 milhões) para pagar ao Sporting, de Portugal, a primeira parcela referente à contratação de Elias, que vence em outubro. A negociação foi feita por cerca de 4 milhões de euros (R$ 11,6 milhões). O clube não tem esse dinheiro em caixa e procura uma solução.
A gincana atrás dessa verba acontece menos de um mês após o Corinthians desembolsar entre R$ 20 milhões e R$ 21 milhões relativos a impostos atrasados. Com o dinheiro, pôde parcelar suas dívidas fiscais, que são de cerca de R$ 120 milhões.
Para fazer o pagamento, o alvinegro levantou empréstimo bancário, dando como garantia cota da Globo referente à transmissão de jogos da equipe. E também usou repasses a serem feitos pela CBF. O acordo pode livrar os ex-dirigentes Andrés Sanchez, Roberto de Andrade e André Luiz de Oliveira e o atual vice de finanças, Raul Corrêa da Silva, da ação em que são acusados de crime fiscal por supostamente recolherem impostos na fonte e não repassarem o dinheiro para a União.
O dinheiro necessário para quitar o débito referente ao retorno de Elias equivale a aproximadamente 15% do que foi gasto por causa dos impostos não pagos.
A situação ilustra a queda de braço que ocorre no Parque São Jorge entre os departamentos financeiro e de futebol. Ou entre "andresistas" e "gobbistas".
Os que cuidam do time são pressionados pelos que tomam conta do dinheiro a gastar menos e a vender jogadores para ajudar a quitar o parcelamento dos débitos ficais, que vai durar 15 anos. Por sua vez, os "gobbistas" reclama internamente de que a decisão da equipe de Andrés, incluindo o atual diretor de finanças, de deixar de pagar impostos pode afetar o time. Existe o risco de faltar dinheiro para pagar os salários em dia ainda neste ano.
O aperto financeiro, por exemplo, fez o clube não ceder um milímetro na negociação com Nilmar. Segundo os corintianos, seriam gastos, contando impostos, R$ 800 mil mensais e R$ 3 milhões de luvas para atender ao pedido do estafe do atacante, que propôs um contrato de três anos. Os alvinegros só aceitam gastar R$ 500 mil mensais num acordo de 12 meses.
Apesar do cinto apertado, a opinião de "andresistas" influentes é de que a direção do futebol não tem do que reclamar. Foram contratados os jogadores que o treinador pediu e com contratos longos. Assim, não haveria risco de o time se enfraquecer na próxima temporada, por exemplo, se faltar dinheiro para novos reforços.
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